Em meio à tramitação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) manifestou interesse em transferir 343 imóveis do Estado para a União, entre eles a própria sede do governo, a Cidade Administrativa. A medida tem como objetivo, segundo a gestão estadual, abater a dívida de mais de R$ 165 bilhões com o governo federal.
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Nesta terça-feira (27), a Secretaria de Planejamento e Gestão encaminhou à Assembleia uma lista com os 343 imóveis passíveis de transferência, sendo 273 diretamente do estado e 70 das estatais. No ofício assinado pela secretária Silvia Caroline Listgarten Dias, o governo ressalta que a inclusão dos imóveis não significa que estejam imediatamente aptos para a cessão.
“Ressalta-se que a presença de um imóvel nesta lista não implica sua aptidão imediata para transferência à União. O decreto que regulamenta o Propag exige uma série de requisitos documentais e cadastrais — como matrícula regular, georreferenciamento, certidões negativas, avaliações técnicas e laudos de vistoria — os quais demandam ações de regularização patrimonial por parte do Estado em tempo relativamente curto”, afirma o documento.
A secretária explica ainda que a lista é preliminar e está sujeita ao interesse do governo federal, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela também aponta que alguns imóveis poderão ser retirados da proposta após diálogo com “atores locais”.
Além da Cidade Administrativa, que concentra os principais órgãos do Executivo estadual, a lista inclui dois hospitais — o Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, e o Clemente de Farias, em Montes Claros. Um terceiro hospital, em Divinópolis, deve ser incluído, após manifestação de interesse por parte da União. Também constam na relação três escolas estaduais, mais de 50 imóveis pertencentes à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e 27 da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
A oposição criticou duramente a proposta extensa. Para a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), o governo estaria aproveitando a situação para promover privatizações disfarçadas:
— Que governo quer vender escola, hospital, estruturas importantes para a sociedade, apenas para pagar dívida com a União? O governo quer aproveitar a oportunidade para vender com 45% de desconto para os seus amigos — declarou a parlamentar.