Deputada anunciou que está de mudança para a Europa dias depois de ser condenada a dez anos de prisão pelo STF
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Redação Terra
3 jun
2025
– 22h48
(atualizado às 22h57)

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) após ser condenada pelo STF
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, além da perda do cargo, arrecadou pelo menos R$ 285 mil em doações via Pix antes de deixar o Brasil. Ela pediu ajuda para pagar os custos das mais de 20 ações a que responde na Justiça.
“Escrevo com os olhos marejados e o coração profundamente tocado pela generosidade e o apoio que tenho recebido. Já conseguimos arrecadar R$ 285 mil nessa campanha tão necessária para o pagamento das multas injustas e completamente desproporcionais”, publicou Zambelli há 15 dias.
Na manhã desta terça-feira, 3, Zambelli anunciou que deixou o país para buscar tratamento médico e que vai pedir licença não remunerada de seu mandato na Câmara dos Deputados para viver na Europa, onde tem cidadania. O anúncio ocorre dias depois da condenação do STF.
Zambelli afirmou que está nos Estados Unidos atualmente para realizar tratamentos médicos, mas que seguirá rumo à Itália ainda nesta semana. Ela planeja morar inicialmente em Roma e, depois, no interior do país europeu.
“Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, por que sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda”, disse Zambelli, em entrevista à CNN Brasil.
“Se eu tenho passaporte italiano, eles podem colocar a Interpol atrás de mim, mas não me tiram da Itália. Não há o que possam fazer para me extraditar de um país que eu sou cidadã”, acrescentou.
Zambelli foi condenada por unanimidade pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela agiu em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por invadir as conversas privadas dos integrantes da Operação Lava-Jato.
Segundo a denúncia, Zambelli orientou Delgatti a invadir o sistema para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Além de condenados, ambos foram multados em cerca de R$ 2 milhões.