Deputada diz ter medo de ser extraditada; ‘Creio em Deus’, falou
7 jun
2025
– 11h00
(atualizado às 11h17)
A deputada federal Carla Zambelli afirmou na última sexta-feira (6) que pretende se antecipar e se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. Além disso, ela confessou, pela primeira vez, estar com medo da extradição ao Brasil.
Zambelli disse que vai se apresentar voluntariamente às autoridades italianas
Foto: ANSA / Ansa – Brasil
“Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui [na Itália] de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso”, disse Zambelli à CNN, reforçando que foi “condenada sem provas”.
“Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal. Eles me condenaram por porte ilegal. Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália”, acrescentou.
Zambelli também afirmou respeitar a Justiça italiana, mas disse que não reconhece legitimidade nas decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que a condenou a 10 anos de prisão e pediu a intervenção da Interpol sobre o seu caso, após a deputada deixar o Brasil, na fronteira com a Argentina, rumo aos Estados Unidos, há poucos dias, para depois desembarcar em Roma, na quinta-feira (5).
“Quero demonstrar boa-fé para com a Justiça e o governo italiano. Fazer tudo certo. Respeito as leis brasileiras, mas não respeitarei mais a injustiça do Moraes”, disse.
No entanto, a política, que chegou a dizer que não poderá ser extraditada, devido ao fato de ter cidadania italiana – cuja tese é contestada por juristas -, mudou o discurso na entrevista para a CNN.
“Temo [ser extraditada], porque respeito a Justiça italiana. Mas creio em Deus, que não deixará isso acontecer”, falou Zambelli.
Moraes deve expedir o mandado de prisão definitiva da deputada na segunda-feira (9).
Zambelli foi condenada no Brasil por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), inclusive com a inserção de um mandado de prisão falso contra Moraes.