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Vitória de ‘O agente secreto’ em Cannes pode ser o ponta-pé na maratona até o Oscar

Foi por meio de uma carreira consagrada, num processo de anos, com muitos filmes exibidos no Festival de Cannes, que o diretor Walter Salles calibrou a conquista do Oscar de Melhor filme internacional para o longa Ainda estou aqui, em março passado. Com a vitória de Kleber Mendonça Filho, em Cannes, 56 anos depois da premiação de Glauber Rocha (também Melhor diretor), o Brasil começa a ensaiar os passos para um reconhecimento que poderá explodir em 2026 na vitrine estrangeira. Vale lembrar que a empresa que adquiriu o pernambucano O agente secreto, a Neon, é a mesma que empacotou sucessos de circulação e prêmios de prestígio, como Anora, Parasita e Anatomia de uma queda. Nos Estados Unidos, a plataforma de lançamento do filme visará a temporada de premiações, na antessala do Oscar.

O vínculo entre Ainda estou aqui  e O agente secreto é intenso. Para além da busca pelos vestígios da mãe, o protagonista vive em meio à paranoia da ditadura nos anos de 1970. “Apesar dos floreados humorísticos (…) é um filme profundamente sério sobre uma época dolorosa do passado do Brasil, quando inúmeras pessoas desapareciam, assassinos contratados regateavam preços, e até mesmo cidades distantes onde a ditadura era em grande parte invisível sentiam o seu longo alcance”, registrou texto do The Hollywood Reporter, que indicou nuances entre as semelhanças dos filmes. 

Elementos como a emissão de identidades fraudulentas, apagamentos de vidas e tirania política foram referendados na imprensa internacional. “Menos enraizado no terror de Ainda estou aqui”, segundo a IndieWire, o longa, pelo que completou o crítico Peter Bradshaw (do inglês The Guardian) “é sobre a maldade quotidiana da tirania política, de alto e baixo nível, e, com o seu tema e perspectiva atual, poderia ser comparado a Ainda estou aqui (…)”.

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Em entrevista ao Correio, o produtor do filme vencedor do Oscar, Rodrigo Teixeira, contou do amadurecimento profissional que o levou a voos como a produção de Me chame pelo seu nome (2017) e O farol (2019), que também tiveram indicações ao Oscar. “Temos que nos adaptar ao que está acontecendo. Sempre lutei pelo trabalho do produtor e pelo reconhecimento do trabalho do produtor no Brasil”, pontuou. 

 

Três perguntas para // Rodrigo Teixeira, produtor de Ainda estou aqui

Qual o aproveitamento do Ainda estou aqui? Traz um ciclo encerrado?

O ciclo do Ainda estou aqui não se encerra tão cedo. A gente tem aqui o reconhecimento de novos prêmios, como o Platino (vencido no mês passado). E ainda temos o Grande Otelo, o nosso Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, pela frente, no dia 30 de julho. O Ainda estou aqui tem um legado que espero ainda seja longo e que tenhamos ainda muita alegria, num ciclo permanente. Que o Ainda estou aqui seja o pontapé inicial de uma onda nova do cinema brasileiro.

Na reconfiguração de mundo, que papel pode vir a ter a América Latina?

Acho que a América Latina tem um potencial forte, sim, (de reconciliação), contando as suas histórias. A América Latina não é menor, a gente só não estava unido. Nós somos americanos também, a única diferença é a língua. A única diferença é o poderio econômico. O que Donald Trump fala (em momentos) é besteira.Todos nós somos descendentes de imigrantes ou de indígenas. Somos descendentes de povos que foram forçados a trabalhar em regime de escravatura. Somos essa mistura: todos muito parecidos. Acho que quando a América Latina se unir, nós vamos ser um bloco tão forte que nos faremos ouvir.

Muitos projetos em cinema bebem de literatura? O que ela representa para você?

A literatura é tudo para mim. Eu não viajo sem um livro; entro em depressão se não tiver uma livraria numa cidade, se eu não souber de uma livraria nos raios de walking distance. O livro me salvou de síndrome de pânico, de depressão e me curou problemas com os quais convivi. O livro é minha gasolina, o cinema é meu amor. Não tem como: tenho que misturar as duas coisas.

 

 


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