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veja se vale a pena antecipar aportes antes da mudança

O governo publicou na noite de quarta-feira (11) a aguardada medida provisória (MP) que unifica as alíquotas do Imposto de Renda (IR) em 17,5% para aplicações em renda fixa – como CDBs, Tesouro Direto e debêntures – e acaba com a isenção de títulos como LCI, LCA, entre outros. A mudança reduz o retorno líquido de diversos investimentos e exige uma nova estratégia por parte dos investidores, alertam especialistas.

”Isso acaba causando um impacto muito grande para quem se planeja, para quem quer fazer investimentos, porque o governo está tirando os benefícios fiscais de quem está investindo pensando no longo prazo, e unificando as questões de alíquotas’’, disse Marcelo Simões, head de Produtos da Terra Investimentos.

”Enquanto ainda há isenção para os que são isentos hoje e incentivados, por exemplo, acho que vai ter uma correria, não só por parte dos investidores, como também dos emissores’’.

As novas regras só entram em vigor em 2026, a menos que o Congresso barre a MP, que já enfrenta resistência. Caso a proposta avance, especialistas dizem que 2025 pode ser uma janela estratégica para aproveitar os títulos ainda isentos de IR, como LCIs e LCas, que passarão a ter alíquota de IR de 5%, e produtos de longo prazo que hoje contam com taxas mais vantajosas.

”Entendemos que a antecipação de investimentos (LCI e LCAs) nestes produtos é uma estratégia válida, especialmente para investidores com foco de longo prazo e menor rotatividade de carteira. Aplicações realizadas ainda em 2025 asseguram o benefício da isenção até o vencimento, o que pode representar um diferencial de rentabilidade líquida positivo em relação aos papéis emitidos sob o novo regime fiscal, a partir de 2026’’, disse Lucas Constantino, estrategista-chefe da GCB Investimentos.

CDBs, Tesouro e debêntures: corra para o longo prazo

Pelas novas regras, CDBs, Tesouro Direto e debêntures passarão a ter uma alíquota única de 17,5%, independente do prazo de vencimento. Hoje, esses ativos seguem uma tabela regressiva de IR, com alíquotas que vão de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias). A recomendação de especialistas é aproveitar agora para investir em ativos com vencimentos mais longos, enquanto ainda valem as alíquotas menores.

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”Historicamente, o Brasil costuma respeitar o chamado ‘direito adquirido tributário’, onde o imposto é calculado com base na regra vigente na data da aplicação, e não da data do resgate. Se essa questão for mantida (se o Congresso não derrubar), as aplicações feitas antes da mudança continuam com a alíquota regressiva atual. Portanto, investir agora em um CDB de longo prazo, por exemplo, garante a alíquota de 15%, o que se torna mais vantajoso do que os 17,5% futuros’’, disse Priscilla Cacavallo, gerente de investimentos da Daycoval Investe, plataforma de investimentos do Banco Daycoval. 

Não é só o novo IR que influencia o desempenho dos investimentos. Fatores como os juros, a inflação e o cenário macroeconômico também impactam diretamente os títulos de renda fixa. De acordo com o último Boletim Focus, divulgado no início desta semana, a projeção para o IPCA caiu de 5,46% para 5,44%, enquanto a expectativa para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 14,75% pela quinta semana seguida. Diante desse contexto – que combina mudanças na tributação e incertezas econômicas – especialistas apontam as melhores estratégias para cada tipo de indexador da renda fixa agora.

Atrelados à inflação (IPCA+): Constantino, da GCB Investimentos, disse que, para quem busca proteger o poder de compra no longo prazo, os ativos indexados à inflação seguem relevantes na composição da carteira. ”A classe oferece juros reais bastante atrativos – hoje, acima de 7% ao ano – e tende a gerar retornos consistentes em janelas de tempo mais longas. Nossa sugestão é focar em títulos com vencimentos intermediários (entre 2 e 5 anos), que oferecem bom equilíbrio entre retorno real e menor exposição à volatilidade da curva longa”.

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Pós-fixados: Com a Selic em 14,75%, investimentos atrelados ao CDI continuam entregando uma rentabilidade bruta alta próxima de 14,15% ao ano (considerando CDI = ~96% da Selic), segundo Priscilla, da Daycoval. ”Indicado para reserva de emergência, perfil conservador, quem prefere liquidez e previsibilidade e períodos de incerteza econômica e política. Mas Selic pode começar a cair em 2026, então ganhos em pós-fixados podem se reduzir. É interessante usar esses ativos para liquidez e curto prazo, mas não exclusivamente”.

Prefixados: Por causa das expectativas futuras de juros em cenário de alta, as operações prefixadas ao longo do ano passado e deste ano trouxeram boas oportunidades de travar taxas interessantes e ainda permanecem atrativas para o investidor travar suas aplicações em taxas ainda altas, segundo Priscilla, da Daycoval. ”Se você encontrar CDBs ou Tesouro Prefixado com taxas acima de 13% ao ano, pode valer a pena, especialmente se os juros caírem mais cedo que o previsto. Indicado para quem acredita na queda da Selic em 2026 e quer travar taxas altas agora, perfil moderado, com objetivos de médio prazo (2-3 anos)e diversificação da carteira”.

Mudanças também em multimercados, FIIs, dividendos…

Além de aumentar alíquotas para títulos isentos, a MP também altera a taxação de outros títulos. Fundos de renda fixa e multimercados, que hoje têm alíquotas regressivas de 22,15% a 15% com o mecanismo de “come-cotas”, terão alíquota única de 17,5% e come-cotas a partir de 2026. Ações e fundos de ações, que atualmente são tributados em 15% para operações comuns e 20% para day trade, terão cobrança em 17,5%, aplicável a todos os ganhos. 

FIIs e Fiagros, que têm isenção sobre dividendos e 20% sobre ganho de capital, terão 5% de IR sobre dividendos pagos e 17,5% sobre ganhos de capital a partir de 2026, enquanto FI-Infra, que hoje tem isenção total de IR para pessoa física, no dividendo e na cota, terão 5% de IR sobre dividendos e ganhos de capital a partir do ano que vem. 

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