O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi prometeu uma resposta “à altura e na mesma proporção do ato que foi praticado” ao comentar a morte do policial civil José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante uma operação da corporação na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, nesta segunda-feira. O agente chegou a ser socorrido e levado para o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas seu estado era “muito grave” e não resistiu. De acordo com a Polícia Civil, o agente foi “brutalmente assassinado por criminosos” durante a ação.
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Em entrevista ao RJTV, da Rede Globo, Curi lamentou o ocorrido e disse que era um dia muito triste para a Polícia Civil. Após manifestar seus sentimentos aos familiares e amigos da vítima, chamada de “herói” e “protetor da sociedade”, prometeu que os agentes não tem prazo para sair da comunidade.
— Nossos policiais foram para lá e não vamos sair da comunidade. Estamos checando várias informações que estão chegando através de nossa inteligência e vamos atrás desses assassinos, desses narcoterroristas. A resposta será dada à altura e na mesma proporção do ato que foi praticado contra o nosso policial. Foi um atentado terrorista contra o estado. Um policial que morre, obviamente que nós sentimos muito, mas é o estado que está sendo atingido — afirmou na entrevista.
O secretário detalhou ainda como o agente da Core foi ferido:
— Policiais foram duramente atacados por narcoterroristas do Comando Vermelho que estão na Cidade de Deus. Atacaram duramente nossa equipe. Infelizmente nosso policial foi a óbito, foi atingido na cabeça. Tomou um tiro no meio do rosto, que parou atrás da cabeça dele — descreveu Curi.
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O secretário explicou que os policiais civis faziam o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão resultantes de uma investigação sobre a existência de uma fábrica de gelo na Cidade de Deus. Segundo o secretário, o estabelecimento fornecia gelo para vários quiosques das praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes. O material, segundo disse, estaria contaminado por coliformes fecais, de acordo com investigações das delegacias do Consumidor (Decon) e de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA)
— Não vamos sossegar enquanto não prendermos ou retirarmos de circulação esses marginais, casos eles reajam às investidas da Polícia Civil — prometeu.
O secretário negou que a ação seja motivada por vingança pela morte do policial, mas sim por várias informações de inteligência e de investigação.
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Indagado se os policiais não estavam preparados para a reação dos bandidos, respondeu
—A força policial foi empregada à altura. Infelizmente, esses efeitos podem acontecer. Não é o desejado, mas isso acontece. A reação da polícia depende da ação do criminoso. Nós sabemos que são comunidades conflagradas que ficaram aí cinco anos sem ter uma presença extensiva da polícia por conta das restrições e limitações às operações policiais.