Uma festa junina comunitária terminou em tragédia na noite desta sexta-feira (6), após pelo menos cinco pessoas ficarem feridas e um jovem de 24 anos morrer durante um tiroteio ocorrido em uma ação policial na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio.
Herus Guimarães Mendes trabalhava como office boy em uma imobiliária, segundo parentes, e não resistiu aos ferimentos após ser atingido por dois disparos. Ele estava assistindo à apresentação quando foi atingido.
Entre os outros feridos está um adolescente de 16 anos, que foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Até o momento, não há informações sobre seu estado de saúde.
No momento do tiroteio, uma quadrilha estava se apresentando quando, segundo relatos dos moradores, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) chegaram atirando no local. Ainda conforme os primeiros relatos, crianças e idosos ficaram feridos. “Só tinha dançarinos e chegaram atirando, acabaram com a festa junina, cheia de criança, não tinha bandido”, afirmou um morador.
Segundo moradores, o evento reunia um encontro de quadrilhas vindas de várias regiões do estado e foi organizado justamente pelos próprios moradores.
Em imagens que circulam pelas redes sociais, é possível ver a correria e pessoas se jogando no chão para se proteger dos tiros. Há relatos de que algumas pessoas foram pisoteadas na tentativa de se proteger. Em outras imagens, é possível ver pessoas entrando em casas para escapar dos disparos.
Moradores relatam que as cenas lembraram momentos de terror, guerra e desespero.
De acordo com o pai do jovem, ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Glória D’Or, na Zona Sul, onde não resistiu aos ferimentos. O Corpo de Bombeiros confirmou ter recebido um chamado por volta das 3h30 para atender uma vítima de arma de fogo na comunidade, mas informou que a pessoa já havia sido socorrida quando a equipe chegou ao local.
Em nota, a direção do hospital informou que Herus Guimarães deu entrada na emergência em estado gravíssimo. “Após exaustivas manobras de ressuscitação, ele não resistiu e veio a óbito logo na sequência”, diz o comunicado.
A Coordenação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Rio de Janeiro, quando consultada, informou que a ação da Polícia Militar do Rio foi previamente comunicada. No entanto, o MPRJ ainda não divulgou a justificativa apresentada pela PM para a operação realizada durante a madrugada.
Procurada pelo ENFOCO, a Polícia Militar não respondeu até o momento da publicação desta matéria.