Pressionado por uma possível derrubada do decreto que aumentou o IOF, Lula aproveitou o fim de semana para fazer sinais ao Parlamento.
No evento do PSB, o petista se derreteu pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que deu dez dias ao governo para encontrar uma solução ao aumento de imposto.
“Independentemente do seu partido, a sua postura e sua eleição é a primeira coisa boa que acontece em meio a tanta coisa ruim”, disse Lula.
Nos últimos dias, Motta bateu pesado na medida do governo, rebatendo publicamente declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a responsabilidade do Parlamento no atual cenário do país.
O governo alega que o aumento do IOF é o único caminho para manter o funcionamento da máquina pública. Motta, por outro lado, avalia que o governo reluta a cortar gastos e tenta jogar a conta da irresponsabilidade fiscal à sociedade.
“O Estado não gera riqueza – consome. E quem paga essa conta é a sociedade. A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor”, disse Motta outro dia.
O presidente da Câmara participou, ao lado do petista, da convenção nacional do PSB, que marcou a posse de João Campos como presidente da sigla. Lula falou das dificuldades orçamentárias, mas sem se comprometer com medidas mais profundas para ajustar as contas do governo.
“A gente faz um orçamento para fazer uma coisa. Depois, tem que cortar porque o dinheiro é curto. Tem que cortar porque não tem dinheiro. É um inferno. A gente tem que fazer um programa e estabelecer o que é que nós queremos entregar para esse país nos próximos anos”, disse o petista.