Convidado para os dois eventos em SP, o presidente decidiu ficar em Brasília. Segundo interlocutores, ele preferia participar do ato da CUT, tanto pela proximidade com a direção quanto por ser em seu berço político, mas entendeu que poderia criar rusgas e incômodos que não seriam interessantes para o governo no momento.
Para sanar a questão, recebeu representantes de todas as centrais em uma longa reunião na terça. Lula ouviu reivindicações, recebeu um documento sobre a pauta trabalhadora para 2025, prometeu se engajar mais na luta pelo fim da escala 6×1 —principal tema dos atos neste ano— e gravou um vídeo, na segunda, que foi transmitido na noite de ontem e deverá ter trechos repassados nos atos.
O governo enviará três ministros. Luiz Marinho (Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Cida Gonçalves (Mulheres) devem dar um pulo em ambas, com discurso previsto. De origem sindical, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, também é figura frequente nestes eventos, mas não confirmou presença após o caso de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Dois eventos e luta contra a escala 6×1
Além do baixo número, o sorteio de carros gerou a divergência entre centrais. Para atrair mais trabalhadores para o evento, as centrais fecharam, em comum acordo, o sorteio de dez Volkswagen Polo Track —um costume frequente até 2018—, mas a CUT se colocou contra.
As organizações negam divisão e dizem que os eventos são complementares. “Mesmo sendo centrais diferentes, tivemos a maturidade de encontrar uma pauta que unifique, temos que valorizar isso”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical, uma das organizadoras do ato da zona norte.