Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira 6, revelaram que os brasileiros que se declaram católicos ainda são maioria no Brasil. Essa religião, no entanto, tem perdido espaço para o protestantismo crescente entre adolescentes e adultos jovens.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
O catolicismo é a religião dominante em 5.322 municípios, enquanto os protestantes predominam em 244 cidades.
Católicos e protestantes são minoria em quatro municípios
Em Palmelo (GO), são os espíritas que possuem o maior número de adeptos em relação às outras religiões. Nos municípios de Atalaia do Norte (AM), Chuí (RS) e Pedro Osório (RS), a quantidade de pessoas que se declaram sem religião supera o número daquelas que se identificam com alguma religião.
Em comparação com os dados de 2010, o protestantismo apresentou crescimento maior que as outras religiões em 4.868 municípios. Já o número de católicos aumentou mais que os outros em 101 municípios.
Leia também: “Reforma do Código Civil: o novo que atrasa o Brasil”, artigo de Adalberto Piotto publicado na Edição 272 da Revista Oeste
Os que se declaram sem religião cresceram mais que o número de religiosos em 373 lugares, e os que declararam ter “outras religiosidades”, em 184.
Em 2010, 65,1% da população com 10 anos ou mais se declarava católica, enquanto 21,6% era protestante e 7,9% não tinha religião.
Em 2022, o porcentual de católicos caiu para 56,7%, o índice de protestantes subiu para 26,9% e 9,3% da população se declarou sem religião.
Mapa da religião começou a mudar mais rápido a partir de 1991
Segundo o IBGE, 99,7% da população brasileira era católica em 1872, primeiro ano do censo religioso. Em 1991, esse porcentual caiu para 82,9%. A década de 1990 foi marcada pela ascensão rápida do protestantismo no Brasil.
No ano 2000, 15,1% da população brasileira já de declarava protestante, enquanto o porcentual de católicos havia encolhido para 74,1%.
“Em 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo”, disse a analista do IBGE responsável pelo tema, Maria Goreth Santos. “Em 1872, o recenseador deveria assinalar cada pessoa como ‘cathólico’ ou ‘acathólico’, conforme grafia da época; não havia outra opção de religiosidade.”
Goreth ainda destacou que no início do censo “a população escravizada era toda contada como católica, seguindo a declaração do senhor da casa”.
