Ramagem admitiu que não há prova de fraudes nas urnas. Ele chamou suas anotações de “privadas” e “nada novas”, já que Bolsonaro questionava o processo eleitoral desde 2015. Também salientou que escrevia vários arquivos, mas não enviava ao então presidente Bolsonaro.
Mais cedo, Mauro Cid negou ter participado da tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que “presenciou grande parte dos fatos”, mas negou participação. Ele também confirmou ter assinado a delação por vontade própria. Não pode haver coação quando há esse tipo de acordo.
Cid negou envolvimento de Bolsonaro no 8/1. O militar disse que Bolsonaro não comentou nem soube de nenhuma organização sobre os atos golpistas antes do 8 de Janeiro.
Bolsonaro “recebeu e leu” a minuta do golpe. Cid disse que ele “de certa forma deu uma enxugada” no documento e que teria retirado as autoridades da lista de prisões, só permanecendo Moraes. Ele brincou: “O resto foi concedido habeas corpus”.
Decreto era genérico, diz Cid. Segundo ele, o documento discutido nessas reuniões, das quais participaram os comandantes das Forças apenas dizia “o quê, não dizia como”. Cid também disse que havia informado a Bolsonaro sobre a carta golpista que estava sendo confeccionada nas Forças Armadas. Ela foi revelada em um programa por Paulo Figueiredo Neto, que também foi denunciado na ação penal.
Cid reforça que suas mensagens não apontam descoberta de fraude eleitoral. Ele diz que “os dados eram trabalhados para isso, mas não se pôde comprovar nada”.