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R$ 21 milhões por anistiado

Bizerril teve carreira exemplar do militarismo brasileiro. Em 1964, estava na escola de preparação de cadetes em Campinas, foi instrutor do futuro general Villas Boas – aquele que “influenciou negativamente o Supremo Tribunal Federal contra o Lula com um tweet”. Como major em 1972, comandava o 10º Batalhão de Caçadores de Goiânia quando um estudante de 19 anos, Ismael Silva de Jesus, foi sequestrado, torturado e assassinado, com os assassinos forjando as circunstâncias da morte dele para parecer um suicídio.

Após se aposentar, Bizerril continuou sendo remunerado pelo Estado. “Virou funcionário do Serviço Nacional de Informações e depois, com a volta à democracia, o SNI passa a se tornar a Abin e ele continua como funcionário da Abin e acaba cedido ao Ministério da Justiça”, relata Toledo.

No governo FHC, em 2000, chefiava o principal sistema de informação do Ministério da Justiça até ser descoberto por Renato Sérgio de Lima, hoje presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O jovem funcionário “ficou desconfiado porque ouviu um relato de uma reunião em que o coronel tinha participado, falando meio de piada, meio sério, sobre política de direitos humanos, falou de ossadas e uso de cal.”

A investigação revelou que Bizerril era citado no “Brasil Nunca Mais” como responsável pela tortura e assassinato do estudante. “Chegou essa notícia à imprensa, a imprensa divulgou com bastante ênfase esse fato, porque coincidiu com a semana de combate à tortura e o coronel caiu”, conta Toledo.

Em 2022, o Ministério Público de Goiás denunciou Bizerril por homicídio, tortura, sequestro e falsificação de documentos públicos. Porém, essa denúncia, no ano passado, acabou sendo rejeitada pela Justiça Federal com base na lei da anistia.

O cálculo do custo financeiro foi feito pelo repórter Tiago Mali a pedido de Toledo. “Durante sete décadas, recebeu dinheiro do Estado. Na estimativa muito parcimoniosa e conservadora do Thiago, foram 21 milhões de reais que ele recebeu ao longo da vida do Estado brasileiro, e desses 21 milhões de reais, três de cada quatro reais ele recebeu sem trabalhar.”

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