Search
Close this search box.
  • Home
  • Famosos
  • R$ 0,03 por obra? Planilha revela quanto a Globo pagou a Maria Zilda por reexibições

R$ 0,03 por obra? Planilha revela quanto a Globo pagou a Maria Zilda por reexibições

Documentos anexados ao processo movido pela atriz mostram valores de R$ 0,03, R$ 1,42 e R$ 6 por reprises no Viva e no Globoplay

Os autos do processo que Maria Zilda Bethlem move contra a TV Globo por suposta violação de direitos conexos revelam um ponto central da queixa: a planilha de pagamentos enviada pela emissora à atriz. O documento, anexado à ação, obtido com exclusividade pelo portal LeoDias, expõe valores ínfimos pagos pela reexibição de novelas e séries de sucesso em que a artista atuou, com repasse de centavos por obras exibidas em canais da empresa ou por suas licenciadas no exterior.

Entre os casos mais extremos, chama atenção o valor de R$ 0,03 (três centavos) pago à atriz, em abril de 2018, pelo licenciamento de episódios da série “Sai de Baixo”, exibida no canal internacional da Globo. Esse tipo de pagamento, segundo a petição apresentada pela Atriz, evidencia a desproporcionalidade entre o valor artístico e cultural da obra e o montante repassado à intérprete. “O critério utilizado pela Globo para pagamento dosdireitos conexos é arbitrário e desprovido de base legal”, argumenta a defesa.

Veja as fotos

Maria Zilda Bethlem na coletiva da novela “Aquele Beijo”, em 2011Divulgação/Globo

Maria Zilda e José de Abreu na novela Bebê a Bordo, em 1988 (Reprodução)

Maria Zilda e José de Abreu na novela Bebê a Bordo, em 1988 (Reprodução)


A planilha lista valores pagos entre 2018 e 2023 por diferentes modalidades de exibição: reprises no canal Viva, streaming no Globoplay, venda nacional, venda internacional, licenciamento e exibição em canais internacionais da Globo. Diversos pagamentos foram inferiores a R$ 1,00, com destaque para novelas como “Vamp”, “Vereda Tropical”, “Ti Ti Ti”, “Guerra dos Sexos” e “Aquele Beijo”, sem apresentar qualquer memória de cálculo para os montantes pagos.

Para a novela “Vereda Tropical”, disponibilizada no Globoplay em setembro de 2021, a atriz recebeu R$ 202,11. Por “Guerra dos Sexos”, incluída na plataforma em julho de 2022, foram pagos R$ 260,19. Já a reprise de “Aquele Beijo”, exibida originalmente entre 2011 e 2012, gerou repasses variados, com valores entre R$ 8,81 e R$ 95,75, conforme o mês e o tipo de exibição.

A novela “Por Amor”, amplamente reexibida no canal Viva e no Globoplay, resultou em um total de R$ 61.570,74 pagos à atriz — o valor mais alto listado. A petição sustenta ainda que os números indicados podem não refletir fielmente o volume de exibições, já que a emissora não forneceu dados sobre o número de visualizações nem os critérios de cálculo utilizados. De acordo com os advogados da atriz, a Globo não explica como chega a esses valores, nem apresenta base contratual ou legal para justificar os repasses. Eles afirmam que cada nova exibição, inclusive em streaming sob demanda, configura uma nova obrigação de
pagamento, conforme o artigo 91 da Lei de Direitos Autorais e o artigo 13 da Lei nº 6.533/78, que regulam os direitos conexos dos artistas intérpretes.

A petição afirma ainda que os contratos firmados entre a atriz e a Globo nas décadas de 1980 e 1990 não previam cessão perpétua dos direitos de imagem e voz, e que a empresa, ao reexibir as obras em plataformas modernas como o Globoplay, deveria ter solicitado nova autorização e feito pagamento adicional por cada uso.

Maria Zilda já sofreu derrota contra a Globo

Em março, Maria Zilda Bethlem enfrentou a primeira derrota judicial no processo: o pedido da atriz para que a emissora apresentasse os contratos originais foi negado pelo juiz. A justificativa foi a ausência de elementos que justifiquem, neste momento, a apresentação dos documentos em juízo.

A emissora nega qualquer irregularidade e alega que sempre respeitou os contratos firmados com seus profissionais. Em manifestação ao processo, a Globo informou que repassou à atriz R$ 218 mil entre 2018 e 2024, e afirmou que os documentos anexados à ação comprovam autorização para exibições, reexibições e licenciamentos das produções, sem limitação. A emissora também rebateu a acusação de uso indevido das obras, sustentando que os contratos preveem a possibilidade de negociações com terceiros.

Vale lembrar que, em uma live nas redes sociais em 2020, Maria Zilda Bethlem revelou ter recebido R$ 237,40 pela reprise da novela Selva de Pedra, exibida originalmente em 1986. Na ocasião, afirmou: “Sabe quanto eles me pagaram por toda a novela ‘Selva de Pedra’? Faço questão de dizer: R$ 237,40”. A fala pública, que ganhou ampla repercussão, se tornou um dos pilares do processo, que não estipula valor fixo de indenização, mas cobra da Justiça uma reavaliação contratual e a definição de um pagamento considerado justo, estimado em 10% do valor das obras reprisadas.

A ação de Maria Zilda Bethlem tem potencial de influenciar outros casos semelhantes. Diversos artistas já relataram insatisfação com os pagamentos por reprises. A Globo, por outro lado, alegou que a ação “beira a má-fé” e classificou a tentativa da atriz como uma forma de “enriquecimento ilícito”, conforme resposta apresentada nos autos do processo.

O caso pode representar um importante precedente sobre a aplicação dos direitos conexos na era do streaming, sobretudo em situações nas quais os contratos foram firmados em períodos anteriores à existência das plataformas digitais. A Justiça ainda não julgou o mérito da ação.

Fonte da notícia

VEJA MAIS

Chefão do CV, Doca colocou segurança para operar dinheiro do tráfico

Segurança conhecido como “NK” foi preso por envolvimento direto na venda de drogas. Ele é…

CNU 2025 tem mais de 2 mil vagas autorizadas pelo MGI; entenda!

Os cargos autorizados contemplam especialidades de níveis médio e superior. Confira abaixo as vagas autorizadas…

Ex-ator da Globo expõe dificuldades e revela que pais ficam sem o que comer

Conhecido por seus trabalhos quando criança na Globo, Eike Duarte chamou a atenção ao fazer…