Um dos principais alvos da operação de autoridades do Rio de Janeiro e do Ceará na Rocinha, no último sábado, 31, o criminoso Anastácio Paiva Pereira, conhecido também como “Doze” ou “Paizão”, é apontado como líder de um braço do Comando Vermelho no Norte cearense. De acordo com as investigações, ele tem se abrigado na favela carioca, de onde comanda à distância o crime organizado no estado nordestino, ao organizar tarefas e ordenar ações.
Para a ação, foi mobilizado um grande contingente com cerca de 80 agentes. Dentre as autoridades fluminenses, atuaram o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Policiamento de Área, além de membros do Ministério Público fluminense. Do Ceará, também participaram da incursão representantes do Gaeco do MP estadual, que conduz o inquérito contra esse grupo.
De sua base carioca, por meio de uma espécie de aluguel feito com o Comando Vermelho do Rio — que fornece a residência e um aparato de segurança —, Anastácio Paiva Pereira coordena a divisão de tarefas da facção em sua região de atuação no Ceará. As investigações apontam ainda que ele teria ordenado centenas de mortes no estado, mesmo a mais de 2.500 quilômetros de distância.
A estadia do traficante no Rio teria um objetivo específico: sua proteção e a de seus comparsas mais próximos em um território distante do seu foco, e de difícil acesso para as autoridades policiais. “Doze” tem contra si cinco mandados de prisão em aberto, acusado pelos crimes de homicídio, organização criminosa e tráfico de drogas. Mas apesar de todo o aparato mobilizado, ele segue foragido.

Em dezembro do ano passado, em outra operação mobilizada na Rocinha, a Polícia Militar fluminense já havia encontrado uma propriedade onde Anastácio e outros aliados do CV no Ceará estavam se abrigando. O imóvel, com contornos luxuosos, contava com uma piscina com deck panorâmico, além de uma mesa de sinuca.