Apenas Braga Netto vai ser ouvido de forma virtual. Ele continua preso no Rio e vai acompanhar o processo por meio de videoconferência. É o último a falar. Os réus são obrigados a acompanhar as sessões até prestarem o seu depoimento. Depois, podem pedir para serem dispensados do restante da audiência.
Supremo tem segurança reforçada. O STF montou esquema parecido ao do recebimento da denúncia, em março, com maior controle na entrada e monitoramento. A sala fica em um edifício anexo ao tribunal, na praça dos Três Poderes. Os interrogatórios serão transmitidos pela TV Justiça. O UOL também exibe o processo ao vivo, a partir das 14h.
Réus podem ficar em silêncio. Eles têm direito a não se autoincriminarem, por isso podem ficar calados e evitar responder a qualquer pergunta. Moraes, que é o juiz instrutor, é o primeiro a questionar, seguido de Paulo Gonet (procurador-geral da República) e das defesas dos réus, em ordem alfabética. Não há limite de tempo para cada depoimento
Eles estão proibidos de se comunicarem entre si. Moraes liberou para que se cumprimentem, mas não podem conversar. Essa é uma das restrições impostas por Moraes ao longo da investigação sobre a tentativa de golpe.
O STF transmitirá todos os depoimentos na íntegra. A exibição é uma forma de se defender de possíveis cortes dos partidos da direita nas redes sociais, segundo Fabio Andrade, cientista político da ESPM.
Olhando politicamente, e menos juridicamente, eu vejo que os ministros devem ter feito o seguinte cálculo: os grupos mais à direita dominam o terreno da comunicação digital. Então, basicamente, serão produzidos cortes altamente favoráveis a esse grupo. Isso é favas contadas. O que resta ao tribunal para tentar se defender politicamente é disponibilizar todo o material e dizer [para a sociedade]: ‘olhem a íntegra, não olhem recortes específicos’. Fabio Andrade, ao UOL News