O pequeno sítio de Miriam, em Medicilândia — cidade paraense conhecida como a “terra do cacau” — ganhou fama repentina após a produtora representar a Amazônia em uma competição internacional na Europa. A cidade, localizada às margens da BR-230, é lar de algumas das melhores amêndoas de cacau do mundo, e foi justamente essa qualidade que levou Miriam a cruzar o oceano com sua produção.
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“Quando veio a notícia do concurso internacional, a gente ficou surpresa, mas foi uma emoção muito grande. Só de saber que sairíamos daqui para conhecer outro país, já foi uma felicidade enorme”, contou Miriam, emocionada.
Ela é uma das 40 cooperadas da primeira fábrica de cacau da região, que já funciona há 14 anos. A cooperativa agroindustrial reúne agricultores familiares, mulheres e indígenas, valorizando práticas sustentáveis e o respeito à floresta e aos povos originários.
Neste ano, a cooperativa lançou uma barra especial de chocolate feita com a combinação de 17 tipos diferentes de amêndoas. A fábrica, localizada à beira da rodovia Transamazônica (BR-230), é também um ponto de parada para turistas e viajantes curiosos por conhecer o sabor do cacau amazônico.
Com uma produção mensal de 30 mil barras e 80 mil trufas — seu produto mais vendido —, a fábrica emprega 12 funcionários e se consolida como um símbolo de empreendedorismo e sustentabilidade na região. A marca Cacau Way, da qual Miriam faz parte, vem conquistando espaço no mercado com chocolates produzidos a partir de cacau cultivado não só em lavouras familiares, mas também em aldeias indígenas e áreas ribeirinhas.
Com os olhos voltados para o futuro, a Cacau Way aposta em produtos que carregam o sabor da Amazônia e a força de quem cultiva o cacau com respeito à natureza e às raízes do território.
A Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica é outro exemplo de que produzir e preservar caminham lado a lado. Com mais de 40 cooperados que plantam cacau, a primeira fábrica de chocolate da região quer que os produtos daqui sejam conhecidos por quem for à conferência.
Os visitantes devem retornar aos seus países de origem com a imagem de que na Amazônia tem agricultor e agricultora com responsabilidade socioambiental.
Cultivar cacau na Amazônia é ter a garantia da floresta em pé. Muitos utilizam sistemas agroflorestais no sombreamento da lavoura, como a família Brogni, que cultiva a segunda melhor amêndoa do planeta, título reconhecido durante um campeonato mundial.
Os produtores também criaram a própria marca de chocolate e lançaram sabores especiais com o nome COP-30. Entre eles, com cupuaçu, açaí e jambu.