O mandado de prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi revogado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no exato momento em que era cumprido pela Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (13).
Agentes federais já estavam na casa de Cid, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, quando a ordem de prisão foi anulada por Moraes. Apesar da revogação, o militar será conduzido para prestar novo depoimento na sede da PF, ainda nesta sexta.
A prisão havia sido decretada no âmbito da investigação que apura a atuação do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, também preso nesta sexta-feira, no Recife. Machado é suspeito de tentar obter um passaporte português para Mauro Cid, em maio deste ano, junto ao consulado de Portugal na capital pernambucana.
A suposta tentativa visava “viabilizar a saída do território nacional” do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, segundo a Polícia Federal.
O caso levou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a solicitar ao STF a abertura de um inquérito contra Machado pelos crimes de obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal.
Além disso, Machado teria promovido, por meio de suas redes sociais, uma campanha de arrecadação financeira destinada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que também entrou no radar das autoridades.
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Embora não tenha conseguido efetivar a emissão do documento, a Procuradoria-Geral da República afirma que o risco de Machado buscar alternativas em outros consulados ou embaixadas ainda persiste. Por isso, a PGR solicitou a Moraes não apenas a autorização para o inquérito, mas também medidas de busca e apreensão e quebra de sigilos.
Para os investigadores, a iniciativa indica uma possível tentativa de obstrução da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado, processo no qual Cid é delator e Bolsonaro figura como réu.