A prisão do ex-presidente Fernando Collor, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi recebida como um recado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cogitam a prisão dele no inquérito do golpe.
Em comum, os dois casos têm apenas o relator: Alexandre de Moraes. Entretanto, possuem naturezas distintas. Collor foi condenado por corrupção em esquema de propina investigado na Lava Jato.
Já Bolsonaro responde por atentar contra a democracia brasileira, ao promover ataques a instituições e autoridades.
Na decisão sobre Collor, Moraes destacou que o STF tem autorizado o início imediato da execução da pena, independentemente de publicação da decisão, quando fica claro o caráter protelatório de recursos para atrapalhar o início do cumprimento da pena.
Advogados do inquérito do golpe acreditam que o mesmo procedimento pode ser repetido no caso do ex-presidente e aliados que respondem ao mesmo processo.
Em caso de condenação, encerrada a etapa de recursos, Bolsonaro também poderia ser preso.
Nesta semana, o ex-presidente foi citado e intimado pelo STF. Dessa maneira, a justiça o comunicou formalmente que agora ele é réu, e deve apresentar defesa. Ainda não há data para o julgamento das acusações.
Mas há expectativas na política e no Judiciário de que o resultado saia ainda neste ano.
