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Polícia mata jovem durante festa junina e pai cobra explicações: “quem autorizou aquilo?”

247 – A morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, durante uma ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no Morro do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, causou revolta e comoção entre familiares e moradores da comunidade. A operação ocorreu na madrugada de sábado (7), durante uma festa junina que reunia dezenas de crianças e famílias no local. Em entrevista concedida ao portal g1, o pai do rapaz, Fernando Guimarães, fez um apelo por justiça e cobrou explicações das autoridades de segurança pública.

“A gente só quer que alguém nos procure e diga quem autorizou aquilo. Secretário de Segurança, chefe do Bope, que alguém nos procure e explique. Quem autorizou? A vida do meu filho não volta”, desabafou Fernando, segurando a roupa do filho ainda com marcas de sangue. Herus, que trabalhava como office boy e era pai de uma criança de dois anos, foi baleado na barriga, socorrido e levado ao Hospital Glória D’Or, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.

O tiroteio aconteceu por volta das 4h da manhã, quando a festa junina ainda estava em andamento. Além de Herus, outras cinco pessoas foram baleadas — entre elas, pelo menos um adolescente. Segundo relatos de testemunhas, havia diversas quadrilhas convidadas para o evento e a festa transcorria de forma pacífica até a chegada repentina dos policiais. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento de pânico: moradores tentando se abrigar, crianças correndo e gritos de desespero.

Cristiano Pereira, presidente da quadrilha Balão Dourado, de São Gonçalo, estava na comunidade com um grupo de 60 pessoas para se apresentar. Um adolescente que fazia parte do grupo foi atingido por um disparo. Para Cristiano, a ação da polícia foi “um erro gravíssimo”.

“Eram cinco quadrilhas, todas reunidas. A comunidade é pacificada. Estávamos dançando, com crianças, minha filha de 11 anos estava lá. Do nada, eles surgiram de todos os becos. Um monte de gente atirando. O saldo é esse: gente baleada e morta. Temos respeito pela PM, mas se disserem que tem uma festa na casa do governador cheia de bandidos, eles vão entrar lá assim? Não entram”, protestou Cristiano no Hospital Souza Aguiar.

Moradores da comunidade organizaram uma manifestação em frente à 9ª Delegacia de Polícia (Catete) por volta das 11h do sábado, exigindo respostas sobre a motivação da operação. Eles denunciam que a ação foi realizada de forma irresponsável e colocaram em xeque a versão oficial apresentada pela Polícia Militar.

Em nota enviada à imprensa, a PM afirmou que o Bope foi mobilizado para uma “ação emergencial” após receber informações sobre a presença de criminosos fortemente armados no local, supostamente preparando uma ofensiva contra rivais. Segundo a corporação, os policiais foram atacados e só reagiram em um segundo momento, “em outro ponto da comunidade”. A instituição também informou que os agentes usavam câmeras corporais e que as imagens estão sendo analisadas pela Corregedoria. Um procedimento foi instaurado pelo comando do Bope para apurar os fatos.

A Coordenação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), do Ministério Público do Rio de Janeiro, confirmou que a operação foi comunicada previamente, mas não informou a justificativa apresentada pela Polícia Militar para realizar a ação durante a madrugada em uma área com grande concentração de moradores. A Polícia Civil, responsável pela investigação, ainda não se manifestou.

Para Fernando Guimarães, o sentimento é de desamparo e indignação. “Meu filho tinha 24 anos, trabalhador. A gente estava num único dia de festa junina curtindo e teve essa fatalidade. Eles falaram que um tiro pegou no baço, o médico tirou a bala, ressuscitaram ele, e logo em seguida se foi. Estamos arrasados. A vida do meu filho não volta, mas a gente precisa saber por que fizeram isso. Numa festa cheia de crianças. Eu não acredito que os policiais não serão penalizados”, afirmou.

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