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“Pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália”, diz Carla Zambelli

Carla Zambelli deu mais detalhes sobre sua saúde e planos em entrevista à rede CNN.

A deputada Carla Zambelli, que teve a prisão preventiva solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após anunciar que deixou o Brasil, afirmou que a Justiça brasileira pode “colocar a Interpol atrás” dela, mas que não conseguirão tirá-la da Itália. Ela declarou ainda que, por possuir passaporte italiano, é “intocável” no país.

— Eu tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália — disse Zambelli, que continuou:

— Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desse.

Questionada sobre ser vista como alguém que fugiu, a deputada afirmou que esse rótulo não se enquadra ao seu caso já que, segundo ela, não cometeu nenhum crime.

—Eu iria para a prisão se tivesse peso na consciência, se tivesse feito alguma coisa errada, se tivesse sido presa por algo em que realmente falhei, que errei juridicamente, legalmente. Mas não é o caso. Estou sendo presa por perseguição política — disse a deputada que defendeu sua inocência, alegou que seu processo não foi justo e que ela não teve direito de ampla defesa.

A deputada responde a dois processos no STF. Em um deles, Zambelli foi condenada por unanimidade pela Corte em maio a 10 anos de prisão, além da perda do cargo na Câmara dos Deputados, pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em outro, responde por perseguir um homem com uma pistola na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Cabe ao STF analisar o pedido da PGR. A representação foi enviada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O documento é físico e está em sigilo. Além da prisão, o procurador-geral, Paulo Gonet, pediu o cancelamento dos passaportes de Zambelli e a inclusão da deputada na lista de difusão vermelha da Interpol.

O que pode acontecer com Zambelli

Se o STF decretar a prisão preventiva de Carla Zambelli, ela pode ser considerada foragida e incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, tornando-se procurada em 190 países.

Nessa situação, duas possibilidades se aplicam, segundo o Ministério da Justiça:

  • Transferência de execução de pena: quando o país onde a pessoa está assume o cumprimento da sentença.
  • Extradição: entrega da pessoa ao país de origem, desde que haja decreto de prisão preventiva ou condenação definitiva.

O Brasil tem acordos de extradição com vários países, incluindo Itália. No entanto, a Constituição italiana impede a extradição de seus cidadãos. Se Zambelli realmente tiver cidadania italiana e estiver no país, ela não poderá ser extraditada.

Entenda

Em entrevista ao vivo a um canal no YouTube, na manhã desta terça-feira, Carla Zambelli anunciou que deixou o Brasil há alguns dias e que vai pedir licença não remunerada de seu mandato na Câmara dos Deputados.

A princípio ela disse que saiu Brasil para buscar tratamento médico. À CNN, a parlamentar disse que tem “questões de saúde conectadas com à síndrome de Ehlers-Danlos“.

Entretanto, afirmou que vai morar na Europa, onde diz ter cidadania, para poder atuar pelo fortalecimento da direita nos países da região e para denunciar o STF junto à comunidade internacional, assim como fez o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

— Lá (na Europa) a gente precisa de alguém que fale espanhol para conversar na Espanha, português para falar em Portugal, inglês para conversar com a Inglaterra. Eu tenho um italiano ainda não tão bom, mas vou desenvolver meu italiano. Quero estar nos principais lugares, falar com o povo francês. Em cada lugar temos pessoas que podem lutar por nós — afirmou a deputada.

“Não existe justiça no Brasil”

Também na entrevista à CNN, a deputada ressaltou que sua saída do país não deve ser interpretada como uma fuga, mas sim como um “ato de resistência”. As declarações foram feitas antes do pedido de prisão da PGR. 

Zambelli afirmou que deixou o país porque “não existe mais justiça no Brasil”. Apesar disso, a deputada expressou o desejo de continuar exercendo suas funções parlamentares à distância.

O advogado Daniel Bialski deixou a defesa da deputada após a informação vir a público. Ele declarou que abandonou o caso por “motivo de foro íntimo”.

Na entrevista, Carla disse que não informou seu advogado sobre a decisão de sair do país, o que, segundo ela, é motivo suficiente para justificar a saída dele da sua defesa.

Zambelli também revelou que um dos motivos que a levaram a desenvolver depressão foi ter “engolido muita coisa” durante o andamento do processo contra ela. 

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