O empresário Paulo Cupertino negou, no julgamento na semana passada, ter assassinado o ator Rafael Miguel e os pais do artista e se comparou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cupertino foi condenado pelo Tribunal do Júri a 98 anos de prisão em regime fechado pelo triplo homicídio de Rafael, de 22 anos, e do casal João Alcisio Miguel, 52, e Miriam Selma Miguel, 50.
Segundo o Ministério Público, Cupertino agiu por não aceitar o namoro de sua filha, Isabela, com Rafael. A versão foi aceita pelos jurados em julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda na sexta-feira, 30.

Paulo Cupertino foi preso em maio de 2022, após passar quase três anos foragido; empresário foi condenado nesta sexta-feira, 30, por triplo homicídio qualificado Foto: Divulgação via Polícia Civil de São Paulo
O empresário se comparou aos políticos pela sinceridade com que se expressa. “Por que o Bolsonaro foi lá e falou que tomou a vacina e não tomou? Por que o Lula falou que tem o (inaudível)?”, disse Cupertino, queixando-se de estar em prisão preventiva. “Aqui é um homem empolgado, esmagado, calejado, sofrido. Entendeu? Numa cadeia maldita.”
Rafael Miguel foi ator mirim, destacando-se por seus papéis em inserções comerciais e na novela infantil Chiquititas.
Em junho de 2019, Rafael e seus pais foram alvejados em frente à casa de Paulo Cupertino. A filha do empresário havia brigado com o pai e se refugiado na casa dos sogros. Rafael e os pais levaram Isabela até a casa de Cupertino, que puxou a filha para dentro da residência, retornou à porta e atirou contra as vítimas.
O empresário passou três anos foragido da Justiça. Em maio de 2022, foi capturado pela Polícia Civil e preso preventivamente.
A decisão dos jurados foi unânime. Por sete votos a zero, os membros do Conselho de Sentença entenderam que os três homicídios foram motivados por razão torpe, além de ter havido o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.