O avanço de grupos criminosos transnacionais e o fluxo migratório impulsionado pelo agronegócio e pela mineração têm elevado os índices de criminalidade nas cidades do Alto Paranaíba, com destaque para Patos de Minas. A cidade, que possui 159.235 habitantes, registrou uma taxa de homicídios de 15,7 por 100 mil pessoas — superior à média estadual de 13,4 — ocupando a 31ª posição entre os municípios mineiros com mais assassinatos.
A análise faz parte de um levantamento do Estado de Minas, com base nos dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do IBGE. O estudo revela que a criminalidade violenta na região, como homicídios e crimes sexuais, tem forte relação com a precariedade urbana das periferias e a atuação do tráfico de drogas.
No Alto Paranaíba, os estupros de vulneráveis representaram 17,5% dos crimes violentos — mais que o dobro da média estadual de 8,2%. Já os homicídios somaram 8,7%, contra 6,8% nas demais cidades com mais de 50 mil habitantes em Minas.
Mesmo sem domínio total das facções, a pressão das organizações criminosas se intensificou. Pistoleiros seguem agindo, mesmo com lideranças presas, explorando lacunas no sistema judiciário e jurídico.
Apesar dos números altos, a taxa média de crimes violentos em Patos de Minas, Araxá e Patrocínio (116,9 por 100 mil) ainda é inferior à média estadual. Os homicídios ocorrem principalmente dentro de casas (40,5%) e em vias públicas (37,8%). Entre os bairros mais afetados por assassinatos em Patos de Minas, estão Distrito Industrial 2, Jardim Esperança, Jardim Paulistano e Nossa Senhora Aparecida.
Armas de fogo foram utilizadas em 51,4% dos homicídios registrados nos três municípios. As principais motivações são conflitos interpessoais, tráfico de drogas e crimes passionais. Em Patos de Minas, os bairros com mais crimes violentos são Cristo Redentor (4%) e Nova Floresta (2,8%).
A Sejusp destaca ações de enfrentamento, como as Patrulhas de Prevenção a Homicídios e o programa Igesp, além da criação da Agência Central de Inteligência (ACI), responsável por mapear organizações criminosas e integrar esforços entre as forças de segurança e o sistema de Justiça.
