O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, avaliou que a decisão de ampliar o IOF por parte do governo foi “equivocada”, mas que o episódio acabou abrindo uma oportunidade para que o debate sobre o fiscal pudesse ser feito de forma conjunta com o Congresso Nacional.
“Mexer no IOF foi uma decisão, na nossa avaliação, equivocada. O governo vinha sem agenda na área fiscal, e, se não tivéssemos reagido ao projeto, o debate não teria sido inaugurado”, apontou Motta.
Em sua avaliação, é consenso que a situação fiscal do Brasil é muito grave, mas é preciso uma mobilização nacional maior do que aquelas feitas quando ocorreram as reformas da Previdência e da reforma trabalhista”, aponta.
Sobre a desvinculação nos pisos sobre saúde e educação, Motta nota que o governo ainda não parece querer assumir esse discurso acerca da desvinculação [de receitas para saúde e educação]. “Penso que pode ter uma reação na base do governo, acerca do ponto de vista político”, aponta.
Motta também destaca que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira tem uma responsabilidade de fazer algo estruturante do ponto de vista da tributação ao ser o relator do projeto de reforma da renda.
Motta deu as declarações no seminário “Agenda Brasil — o cenário fiscal brasileiro” é promovido pelo Valor, pela rádio CBN e pelo jornal “O Globo”.