Foi há cerca de um ano que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teve uma conversa diretamente com Donald Trump, nos Estados Unidos, para pleitear sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras.
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O diálogo foi narrado por Eduardo a, ao menos, três parlamentares do PL que detalharam a conversa à coluna. Segundo contou o filho de Jair Bolsonaro, na ocasião, Trump, que ainda não havia sido eleito, se comprometeu a pressionar o Judiciário brasileiro, caso retornasse à Casa Branca.
Os dois pontos demandados pelo filho do ex-presidente na conversa se referiam à retomada da elegibilidade de Bolsonaro e aos rumos da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Desde então, a pressão dos EUA sobre os ministros do STF, inclusive com ameaça de sanções, passou a ser vista como a tábua de salvação para Jair Bolsonaro. Segundo parlamentares ligados a Eduardo essa foi a única conversa que ele teve com Trump sobre o tema.
Desde fevereiro, quando foi para o seu autoexílio nos EUA, Eduardo passou a se dedicar em tempo integral à missão das sanções contra o Supremo. Nesta quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou restrição de visto a estrangeiros que “censurarem os cidadão americanos”, mas não divulgou a lista dos afetados. Moraes está com o visto para os EUA vencido e sem planos de renovar. Assim sendo, não foi afetado por essa medida.
A ação do deputado licenciado também rendeu frutos no Brasil, mas, desta vez, contrários a ele. Nesta semana, o STF atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e abriu uma ação contra Eduardo por coação de autoridades, no caso, os ministros da corte. A condenação é dada como certa no tribunal.