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No STF, Mauro Cid diz que ‘preocupação de Bolsonaro sempre foi encontrar fraude nas urnas’ | Política

A Corte começou a interrogar os oito acusados de integrarem o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado, em 2022. Cid foi o primeiro a ser ouvido porque fechou uma delação premiada com a Polícia Federal.

“A grande preocupação do presidente, no meu ponto de vista, sempre foi encontrar uma fraude nas urnas, coisa que sempre foi muito ostensivo dentro da opinião do presidente. Ele sempre buscou uma fraude nas urnas”, respondeu Cid a uma pergunta do próprio advogado Cezar Bittencourt.

O tenente-coronel comentou sobre o relatório do Ministério da Defesa, a respeito da idoneidade das urnas eletrônicas. Segundo ele, a pasta gostaria de antecipar a entrega de um texto técnico, mas Bolsonaro pedia um relatório mais político.

STF interroga ‘núcleo crucial’ da trama golpista — Foto: Fellipe Sampaio/STF

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro disse ainda que o ex-presidente recebeu, leu e fez alterações em uma minuta golpista elaborada por assessores próximos.

O documento previa a prisão de autoridades, como ministros do Supremo e o presidente do Congresso Nacional, além da formação de uma comissão eleitoral para realização de novas eleições.

“De certa forma, ele (Jair Bolsonaro) enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Moraes) ficaria como preso”, disse Cid.

Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, Cid afirmou ainda que “presenciou” a trama golpista no governo, mas negou que tenha participado das ações que estão em julgamento na Corte.

O ex-ajudante de ordens disse que Bolsonaro não gostaria de desmobilizar os manifestantes que estavam em frente aos quartéis e questionavam o resultado das eleições de 2022. Segundo Cid, o ex-presidente dizia que não tinha “chamado as pessoas”, mas também não serie ele quem iria “mandar elas embora”.

Ex-presidente Jair acompanha interrogatório de Mauro Cid no STF — Foto: Ton Molina/STF

O tenente-coronel confirmou que entregou ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro. O repasse foi feito a pedido de Walter Souza Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

O major Rafael de Oliveira faz parte do grupo conhecido como “kids pretos”, que são militares das Forças Especiais do Exército.

Mauro Cid: “Depois – o espaço temporal eu não me recordo -, o general Braga Netto trouxe uma quantia em dinheiro – eu não sei precisar quanto foi, mas com certeza não foi R$ 100 mil, até pelo volume, não era tanto -, que foi passado para o major de Oliveira, no próprio Alvorada”
Alexandre de Moraes: “O senhor que passou esse dinheiro?”
Mauro Cid: “Eu que passei, senhor. Eu recebi do general Braga Netto”
Alexandre de Moraes: “O senhor recebeu esse dinheiro do general Braga Netto?”
Mauro Cid: “Sim, senhor, no Palácio da Alvorada”
Alexandre de Moraes: “Onde estava esse dinheiro? Guardado onde, quando o senhor recebeu? Uma sacola?”
Mauro Cid: “Não, estava numa caixa de vinho, assim (…). Depois, acho que no mesmo dia, eu passei pro Major Oliveira”

O ex-ajudante de ordens disse ainda que o ex-comandante da Marinha Almir Garnier deixou as tropas da Força “à disposição”.

O ex-braço direito de Bolsonaro também confirmou que dentre os militares que buscavam uma ação golpista, havia pressão para que um decreto de estado de sítio ou de defesa fosse assinado até o dia 12 de dezembro de 2022 ou 31 do mesmo mês antes da troca de comando. Também confirmou que havia uma pressão sobre o comandante do Exército Freire Gomes para aderir a supostas ações golpistas.

“(…) que uma alternativa seria trocar os comandantes para que o próximo comandante do Exército assinasse ou tomasse uma medida mais dura, mais dura e radical, né? Então, isso estava dentro daquele contexto de pressionar os militares de alguma forma, ou pressionar o presidente a assinar um decreto. Toda a pressão que estava sendo feita em cima do presidente era para que o presidente assinasse um decreto”, disse.

Além de Cid, o STF interrogará outros sete acusados nos próximos dias. A ordem de interrogatório seguirá ordem alfabética:

  1. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator;
  2. Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
  3. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  4. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  5. Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  6. Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  7. Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  8. Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro.

Todos são investigados por suposta participação no plano de subverter a ordem democrática e manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.

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