O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, nesta quarta-feira (11), que é necessário encarar o crescimento da despesa obrigatória no país, que “vem imprensando a despesa discricionária”. Motta participou do 3º Simpósio Liberdade Econômica em Brasília.
“Hoje, há um consenso que se nós não fizermos o debate de uma agenda estruturante, uma agenda que encare de fato um corte de gastos na despesa obrigatória, nós vamos caminhar para completa ingovernabilidade do país”, disse o parlamentar.
Motta destacou que há um espírito colaborativo e respeitoso com governo, e que as duas casas do Congresso Nacional não faltaram com o Executivo “em nenhum momento”, ajudando a aprovar medidas nos últimos dois anos e meio. Segundo ele, o Congresso Nacional quer ajudar o Executivo a acertar e, para isso, às vezes é preciso discordar.
De acordo com o presidente da Câmara, está se chegando ao ponto em que, depois de medidas que visaram o aumento da arrecadação, exista um esgotamento da sociedade e do setor produtivo com alta de impostos sem discussão sobre corte de despesas.
“Esse esgotamento também chegou ao Congresso Nacional. Essa última medida do IOF penso que foi o estopim daquilo que já vinha sendo dito, conversado, repetido pela sociedade brasileira como um todo, pelo setor produtivo como um todo”, disse.
Motta destacou que a discussão sobre o IOF trouxe o governo à mesa “para discutir aquilo que o governo não estava querendo discutir”. De acordo com o parlamentar, o debate está sendo liderado pelos partidos, e pela Câmara e o Senado. Ele apontou que há uma oportunidade de mobilização do Congresso Nacional e do Executivo, que deve liderar também essa agenda e “defender o que é o correto para o país”.
O parlamentar ainda lembrou da reunião do último domingo (8), que reuniu líderes do Congresso, e do governo, entre eles o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Motta defendeu que outras reuniões nesses moldes continuem acontecendo “para que possamos pragmatizar sobre aquilo que é importante para o Executivo, e que a Câmara e o Senado politicamente têm condições de aprovar”.
O presidente da Câmara disse que o Congresso Nacional está incomodado com medidas de aumento de tributos sem o Executivo “fazer o dever de casa” do corte de gastos. “Queremos entrar nessa agenda porque é de responsabilidade nossa”, afirmou.
“Queremos que o Brasil continue a fazer política social, que o Brasil continue a fazer investimentos, que o Brasil continue a cuidar de quem mais precisa. Mas isso só é possível com responsabilidade fiscal. Não há desenvolvimento econômico, não há justiça social, sem responsabilidade fiscal”, disse o presidente da Câmara.