Deputada foi condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Redação Terra
4 jun
2025
– 22h41
(atualizado às 22h41)

Carla Zambelli, deputada federal, foi condenada a dez anos de prisão
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão
Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira, 4, a abertura de um inquérito sobre a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para investigar se, com a fuga para os Estados Unidos, houve o crime de obstrução de justiça.
Semanas após ser condenada por unanimidade a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli viajou aos Estados Unidos e declarou nas redes sociais que pretende ir à Itália, pois é cidadã italiana e estaria “intocável” no país europeu.
Segundo o STF, a declaração demonstra intenção de se eximir da aplicação da lei brasileira. A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer entender se a deputada tentou interferir no andamento da investigação, o que pode configurar crime de obstrução de justiça.
Moraes considera que a atitude de Zambelli de se refugiar nos Estados Unidos é similar ao que Eduardo Bolsonaro fez ao ir para o país, o que o ministro considera “ilícito”. “Carla Zambelli Salgado de Oliveira afirma que está revendo ‘o plano original de se mudar para a Itália e cogita agora permanecer nos Estados Unidos e pedir asilo político ao governo Donald Trump’, o que reforça, como destacado, o intuito de adotar o mesmo modus operandi utilizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro para a prática de condutas ilícitas”, afirmou.
O ministro do STF – que já havia exigido o bloqueio das redes sociais de Zambelli – determinou que a Polícia Federal deve monitorar as redes sociais da deputada e de pessoas ligadas a ela, desde que haja relação com o inquérito. A PF também deve ouvir Zambelli em até dez dias, mas Moraes aceitou que a oitiva seja feita por escrito, uma vez que ela está fora do país. Já o Banco Central deve informar os valores e remetentes de transferências por Pix recebidas pela deputada nos últimos 30 dias.
Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato parlamentar, junto do hacker Walter Delgatti Neto, pela invasão no sistema o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inserção de documentos falsos, inclusive um pedido de prisão contra Alexandre de Moraes.
A deputada é considerada foragida, pois deixou o Brasil por terra, atravessando a fronteira para a Argentina, de onde embarcou em um voo para os Estados Unidos. Na última terça-feira (3), a PGR pediu ao STF a prisão preventiva de Zambelli e a inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol.