Desde o dia 23 abril, quando o tema veio a público após operação da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), foram publicados 4 milhões de menções à fraude do INSS, à queda do ministro Carlos Lupi ou a termos relacionados. Esse volume já é maior do que as 2,7 milhões de menções ao Pix nos 15 dias em janeiro em que o tema se tornou uma crise para o governo.
O levantamento aponta que vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira nesta terça levou a um novo pico de interações sobre o assunto nas redes, alcançando 4,8 milhões de interações e 97,3 milhões de visualizações no Instagram em menos de 24 horas. Como comparação, o vídeo publicado pelo parlamentar em janeiro sobre a crise do Pix acumulou 331 milhões de visualizações e 9,8 milhões de interações, alcançados depois de dias de engajamento.
“O novo vídeo de Nikolas pautou o esquema no INSS como escândalo e deve ajudar a estender a sangria do governo do PT, que voltou a ser associado com corrupção”, diz o relatório produzido pela Bites.
O vídeo impulsionou as menções sobre o tema e se igualou ao volume observado no dia 24 de abril, logo após a descoberta do escândalo, sendo o maior sobre o tema.Como comparação, é mais que o dobro que o post do ex-presidente Jair Bolsonaro com mais interações neste ano, que teve 2,3 milhões de interações.
Do outro lado, o governo tem um desempenho aquém do esperado nas redes. O levantamento também considerou as publicações entre os deputados, dos quais 271 já mencionaram o escândalo.
Os 67 deputados do PL que falaram do tema geraram 13,7 milhões de interações. Os 55 do PT que tentam ecoar o discurso de que a responsabilidade sobre a crise não é da atual gestão geraram só 577 mil interações. Mesmo somando com 9 do PSOL, eles vão a 908 mil interações.
“Isso tudo indica que a batalha faz o governo sangrar”, finaliza o relatório.
Operação deflagrada no último mês pela PF e CGU, mirou o esquema que desviou recursos de beneficiários entre 2019, durante o governo Bolsonaro, e 2024, já no governo Lula. Foram descontados R$ 6,3 bilhões neste período, mas o governo ainda calcula o quanto disso aconteceu sem autorização de aposentados e pensionistas.
Em dados fornecidos pela CGU que mostram a evolução dos descontos, no entanto, o órgão indica que os casos foram iniciados em 2016:
De um lado, o presidente Lula deu aval nesta terça-feira a um plano de reação à crise do INSS para ressarcir os afetados pelos descontos indevidos. Desde a operação no mês passado, o discurso sustentado pelo governo é de que o esquema foi iniciado durante a presidência de Bolsonaro e coibido pelas autoridades apenas na gestão atual.
Liderada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), a oposição acusa o governo Lula de não ter tomado medidas para investigar o esquema de descontos, após o Ministério da Previdência ter sido alertado sobre os descontos em 2023 e levar um ano para tomar medidas contra as fraudes.
— É claro, vão espalhar a narrativa de que tudo começou no governo anterior. E já percebeu que no governo passado, tudo era culpa só do presidente? E nesse governo, nada é culpa do presidente? — comentou Nikolas em vídeo publicado nesta terça, que já tem quase 90 milhões de visualizações no Instagram.
A alegação foi rebatida pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em publicação nas redes nesta quarta. Sem citar o parlamentar nominalmente, a ministra reiterou o discurso de que os casos foram iniciados na gestão Bolsonaro.
“Foi no governo Bolsonaro que quadrilhas criaram entidades-fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação no INSS. A maior parte das associações investigadas passou a atuar no governo Bolsonaro”, escreveu em publicação no X.