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Maior risco da gripe aviária está na economia

O caso de gripe aviária (vírus H5N1) detectado numa granja em Montenegro (RS) exige atenção redobrada das autoridades agropecuárias, mas não deve ser motivo de preocupação para a população. Não há até agora razão para temer nova pandemia. O exemplo recente dos Estados Unidos é ilustrativo. Lá, o primeiro sinal do vírus foi detectado em aves silvestres em janeiro de 2022. Em todo o ano passado, apenas 67 americanos foram infectados, e não há caso de transmissão entre humanos. A única morte registrada, de um idoso com saúde comprometida que cuidava de pássaros doentes, aconteceu em janeiro. No Brasil, outros vírus respiratórios para os quais há vacinas comprovadamente eficazes merecem mais atenção. De janeiro até 10 de maio, 2.966 morreram em decorrência deles.

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É o dano econômico que desperta mais preocupação. Os riscos não são nulos. A precaução tem levado vários países a suspender a compra de carne de frango do Brasil, maior exportador mundial do produto. No ano passado, o país vendeu o equivalente a US$ 9,9 bilhões em aves e US$ 39 milhões em ovos. A China interrompeu a importação por 60 dias. Dos dez maiores mercados externos, ao menos cinco fecharam as portas total ou parcialmente.

Dá alento o fato de o Brasil ter boa reputação no setor. Na ausência de novos casos, as suspensões não terão razão de existir. Por isso a necessidade de prevenir. Nos Estados Unidos, mais de 168 milhões de aves foram sacrificadas para deter o vírus. O gado leiteiro também foi infectado por lá. Ainda assim, os americanos exportaram mais de 3,5 milhões de toneladas de carne de frango em 2024 para mais de 120 países.

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O plano de contingência do Ministério da Agricultura, com cooperação dos governos estaduais, permitirá que regiões não afetadas do Brasil continuem exportando. “A maior produção de ovos está em São Paulo e Minas Gerais” disse ao GLOBO José Carlos Hausknecht, sócio da consultoria MB Agro. Em Montenegro, foi declarada emergência num raio de 10 quilômetros da granja afetada. Empresas que receberam ovos da propriedade gaúcha já começaram a descartá-los. Passado o impacto inicial, a vigilância deve se manter constante, com rastreamento e coletas periódicas de amostras em todas as regiões produtoras.

Na inflação, o impacto da gripe aviária ainda é incerto. Se a quantidade de aves abatidas for considerável a ponto de reduzir a oferta, os preços deverão subir. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos. A dúzia de ovos que saía por US$ 2 em 2020 era vendida a US$ 3,65 ao fim do ano passado. A persistirem suspensões de importação de áreas não afetadas, a produção que iria para o exterior poderá abastecer o mercado local, mantendo os preços estáveis.

Em razão do risco de mutações que tornem o vírus transmissível entre humanos, é essencial acelerar a parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para fabricar a vacina contra a gripe aviária. Desenvolvida desde 2023, ela já passou por testes pré-clínicos. Falta a Anvisa liberar o início dos estudos com humanos. Vacinar quem trabalha nas granjas será crucial para diminuir os temores causados pelo H5N1. Mais importante ainda é vacinar a população contra a gripe comum em circulação, que continua a provocar centenas de mortes.

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