Segundo o governo, não serão usado recursos do orçamento: o pagamento será descontado das dívidas destas instituições com União. “Agora, essa dívida vai ser transformada em mais atendimentos às pessoas”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no evento de lançamento no Palácio do Planalto.
Os hospitais ou instituições de saúde que não têm dívidas públicas também poderão se inscrever, abrindo uma espécie de crédito. “A gente vai dar um crédito para esses hospitais e esse crédito poderá ser usado para abatimento de tributos dali para frente. Ou seja, se abrir a porta para pacientes do SUS, terá a mão amiga da União”, disse Padilha.
O governo investiu de R$ 2,4 bilhões só em 2025 para tentar resolver o gargalo, que bateu recorde em 2024. Só em janeiro, foram liberados R$ 590 milhões para isso. Segundo o ministério, a meta para o primeiro semestre era a conclusão de pelo menos 3,5 milhões de ciclos de atendimentos, mas, procurado pelo UOL em abril, não havia atualização desses números.
Programa reformado após fracasso
Relançado sob o nome “Agora Tem Especialistas”, a iniciativa é uma reformulação do “Mais Acesso a Especialistas”, anunciado há mais de um ano. De alto interesse político para Lula, a não realização do programa era a principal crítica do presidente à ex-ministra Nísia Trindade, demitida em março.
A meta do governo era diminuir as filas por meio da simplificação do processo. Pacientes que se encaixam em quadros específicos entram em uma fila única de exames e atendimentos, num processo chamado OCI (Oferta de Cuidados Integrados), com promessa de conclusão total do ciclo em 60 dias.