“Em várias partes do mundo, a extrema direita voltou a atacar as universidades (…) ciência. Em tempo de desinformação e negacionismo, o saber deve ser protegido como instrumento de um bem comum”, afirmou o presidente do Brasil.
O ex-sindicalista de 79 anos, que lembrou ser o “único presidente” da história do Brasil que não teve diploma universitário, recebeu desta maneira sua segunda distinção do tipo na França, após a concedida em 2011 pela prestigiosa universidade Sciences Po.
“Que universidade melhor do que a nossa, que permitiu àqueles que estavam excluídos, sem formação de Ensino Médio, trabalhadores, ingressarem na universidade, deveria reconhecer sua trajetória fora do comum?”, destacou a ex-reitora de Paris 8 Annick Allaigre.
Um pequeno grupo de professores, no entanto, criticou em um artigo publicado no jornal Libération a concessão do reconhecimento a Lula, que, desde a invasão russa da Ucrânia, “não deixou de equiparar o agressor ao agredido”.
“A entrega deste doutorado ‘honoris causa’ a um apoiador de Vladimir Putin, especialmente nestas horas terríveis que a Ucrânia vive, aparece como uma mancha na história de nossa universidade”, escreveram no artigo publicado na terça-feira.
Em seu discurso, Lula voltou a afirmar que “não é possível permanecer indiferente ao absurdo da guerra na Ucrânia e do genocídio do povo palestino em Gaza”.