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Lula pede a Macron que ‘abra o coração’ para acordo com Mercosul | Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 5, em Paris, que pretende fechar em até seis meses — período em que o Brasil estará à frente do Mercosul — o acordo com a União Europeia.

“Quero lhe comunicar que não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo”, disse ele se dirigindo ao presidente francês, Emmanuel Macron, após declaração à imprensa.

Lula: ‘Não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia’

Lula pediu ao presidente francês que “abra o coração” e afirmou que, se necessário, poderá realizar um encontro com agricultores que não concordam com o acordo. “Precisamos saber quem não quer o acordo”, disse.

Macron afirmou que a França é a favor das negociações de acordos e que esse, especificamente, é bom para alguns setores, mas pode ser um risco para o agronegócio, referindo-se à forma atual como ele é discutido.

“Temos que aprimorar o acordo e trabalhar pra ter cláusulas de salvaguarda”, afirmou o presidente francês, ao acrescentar que a França quer mais relações comerciais, mas que é preciso respeitar os agricultores locais.

Macron sobre acordo Mercosul-UE 'Temos que aprimorar o texto'

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Segundo Lula, “não está difícil fazer o acordo”. Ele disse que o Brasil está facilitando a importação de vinho da França e que não pretende barrar a importação de produtos franceses.

“Macron, pode dizer aos franceses que pode ter no mundo alguém preocupado com o meio ambiente, mas não tem melhor” que eu, afirmou Lula destacando a atuação de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente. “Não permita que nenhum país europeu coloque dúvida sobre o que o Brasil faz pra diminuir o desmatamento”, pediu.

Lula está em Paris em visita oficial na primeira viagem de um presidente brasileiro à França em 13 anos. A última foi em 2012, quando o presidente François Hollande recebeu Dilma Rousseff. O presidente deixa Paris nesta sexta-feira, 6.

O presidente afirmou ter discutido em Paris uma ampla agenda bilateral com Macron e assinado mais de 20 instrumentos. “Passamos em revista os avanços na implementação do Plano de Ação firmado em 2024”, afirmou ao lembrar que o Brasil desenvolveu com a França importantes projetos bilaterais em áreas de ponta, como o Satélite Geoestacionário de Comunicações e o supercomputador Santos Dumont. Além disso, citou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos como maior iniciativa de cooperação em defesa já empreendido por nosso país.

O presidente afirmou ainda que pretende lançar nova etapa da parceria que levou para Itajubá, Minas Gerais, a única fábrica de helicópteros do hemisfério Sul. “Estamos discutindo uma nova encomenda de aeronaves para dotar o governo brasileiro de meios para combater a criminalidade e enfrentar desastres naturais de forma mais eficaz”, declarou.

Lula lembrou do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta, e falou sobre a atuação do Brasil no combate ao desmatamento. Lembrou do assassinato, há três anos, de Bruno Pereira e Dom Phillips, “dois gigantes na defesa da Amazônia”, bem como a morte do fotógrafo Sebastião Salgado, há uma semana.

“A melhor maneira de honrá-los é garantir que suas lutas não foram em vão e assegurar que permaneceremos firmes na defesa da democracia, da paz e do desenvolvimento sustentável.”

O presidente brasileiro também lembrou Macron de que a maior fronteira da França não está na Europa, mas no Brasil, com a Guiana Francesa. E, como vizinhos, “apostamos nos benefícios da integração”, disse. “O Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica, que reativamos em 2024, vai financiar pesquisas conjuntas ainda neste ano.”

Para Lula, integrar também implica coordenar esforços para combater o tráfico, o garimpo ilegal e o desmatamento. “Esse é o espírito do Acordo assinado hoje pela Polícia Federal e sua contraparte francesa”, disse ao lembrar de sua visita à sede da Interpol, em Lyon, dirigida pela primeira vez por um brasileiro, o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza.

Sobre a crise na faixa de Gaza, Lula disse que ocorre no momento “não é uma guerra, mas um genocídio”. Macron afirmou que poderá intensificar a pressão para um cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária.

Em declaração à imprensa, o presidente francês afirmou que os próximos dias serão decisivos na guerra. Já Lula afirmou que respeita a liberdade de os países tomarem decisões como bem entenderem, mas que a humanidade deveria se indignar contra o que ocorre com os palestinos.

“Estamos vendo um genocídio na nossa cara todo santo dia”, disse. “Não podemos tratar palestinos como cidadãos de segunda ou terceira categoria”, afirmou Lula, dizendo que Gaza é um território conquistado por um povo e que eles só buscam o direito de viver.

Lula também disse estar preocupado com a escalada da guerra entre Ucrânia e Rússia e que quando os dois países quiserem negociar, o Brasil estará disposto a contribuir. Ele lembrou que o Brasil sempre se posicionou contra a ocupação territorial da Ucrânia pela Rússia. “Já está provada a insanidade da guerra. Ela não constrói nada, ela destrói”, afirmou.

Macron, disse que Rússia e Ucrânia não precisam ser tratados “em pé de igualdade” e que Putin não quer terminar a guerra. “A violação da integridade foi causada pela Rússia e não pela Ucrânia”, afirmou em resposta a jornalistas.

Crítico recorrente do que chama de “falta de representatividade” do conselho de Segurança da ONU, Lula defendeu a ideia de que a ONU está enfraquecida. Durante a declaração à imprensa, ele afirmou que as Nações Unidas completam 80 anos “padecendo de grave déficit de legitimidade e eficácia”. “As guerras na Ucrânia e em Gaza, a situação no Haiti e tantas outras crises esquecidas demonstram que a reforma do Conselho de Segurança da ONU é inadiável”, afirmou.

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