O presidente Lula cobrou em Paris nesta quinta-feira (5) do presidente francês, Emmanuel Macron, a assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
No primeiro dia da visita de Estado à França, o presidente brasileiro assinou cerca de vinte acordos para ampliar a cooperação bilateral em áreas como proteção à biodiversidade, comércio exterior e defesa da democracia.
Logo depois, ao lado do presidente Emmanuel Macron, Lula descartou os argumentos ecológicos do Palácio do Eliseu para barrar o acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul. E ainda fez um apelo para que Macron promova um encontro entre os produtores agrícolas brasileiros e franceses.
Eu assumirei a presidência do Mercosul no próximo dia 6. O mandato é de seis meses. Eu quero lhe comunicar que não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia. Portanto, meu caro, abra seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul.
Nesta quinta-feira, o comissário de Agricultura da União Europeia, Christophe Hansen, afirmou que espera que um acordo seja assinado antes do fim do ano.
A principal divergência francesa está numa possível competição entre o agronegócio do país e o da América Latina.
Segundo Macron, o bloco europeu exige regras ambientais mais rígidas do que as dos países do bloco americano.
Para contornar a questão, a França sugeriu que o acordo inclua ferramentas que limitem a venda de produtos agrícolas entre os dois blocos.
O instrumento só seria acionado caso houvesse um aumento de exportações que fosse grande o suficiente para desestabilizar mercados europeus.
“Os países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulamentação. Assim, há claramente uma medida diferente. Não é uma diferença de competitividade ou de especialização, mas de normas. As restrições não são as mesmas”, afirmou Emmanuel Macron.