O presidente Lula foi às lágrimas durante a cerimônia de lançamento do programa “Agora tem especialistas”, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, ao relatar um encontro, na véspera, com uma mulher com deficiência em Itajaí (SC) que teria dito a ele que estava prestes a morrer e “não queria morrer sem abraçá-lo”.
“Possivelmente, essa mulher não tenha feito o tratamento certo, não teve consulta na hora certa, não descobriu o câncer na hora certa, ou a doença que ela tem, porque eu também não perguntei… Não tive mais coragem de conversar com ela”, afirmou o presidente.
Lula lembrou-se, então, do próprio diagnóstico de câncer na garganta, em 26 de outubro de 2011, possibilitado por um exame de PET scan no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele usou o episódio como exemplo da importância da descoberta precoce de tumores para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
“Fico imaginando por que todas as pessoas não têm direito a isso. Quantas pessoas morriam nesse país porque ia no médico, o médico fazia o diagnóstico, dava a receita, o cidadão pegava a receita, não tinha dinheiro, colocava a receita no criado – hoje a gente não pode mais chamar de criado-mudo – e morria sem poder comprar o remédio”, disse Lula.
O programa “Agora tem especialistas” foi criado pelo Ministério da Saúde para reduzir a espera por médicos especialistas no SUS. O chefe da pasta, Alexandre Padilha, também anunciou nesta sexta a entrega de novas soluções de radioterapia para tratamento oncológico na saúde pública.