E no pior timing possível para o governo, a Moody’s, após o fechamento dos mercados na sexta, rebaixou a perspectiva da nota do Brasil, deixando o país ainda mais distante do grau de investimento.
Em uma das piores semanas para a equipe econômica desde o início do governo, dada a desconfiança generalizada do mercado, setor produtivo e da política, a agência rebaixou a perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para neutra.
Entre os motivos elencados pela Moody’s, o aumento do custo da dívida, que são os juros mais altos, a rigidez das despesas públicas, aquele forçamento engessado e o ritmo lento de construção de credibilidade da política fiscal.
Ela citou ainda a necessidade de reformas profundas, como a desvinculação de benefícios sociais do governo. Esse é um assunto proibido no Planalto. Quando foi aventado assim, meio ‘en passant’ pela ministra Simone Tebet no ano passado, foi imediatamente refutado pelos mandachuvas do governo. A novidade é que no Congresso, assuntos que antes eram tabus, foi ganhando corpo.
Amanda Klein
Para Amanda, a crise fiscal e o aumento do IOF se tornam hoje o principal desafio do governo Lula na tentativa de viabilizar sua reeleição em 2026.
O jogo da eleição de 2026 está a pleno vapor e a crise fiscal tornou-se o mais recente tema na mesa de discussões. O governo tem esta semana para correr atrás do prejuízo e apresentar um projeto minimamente convincente para as contas públicas, se não, depois desse IOF, terá que pensar no próximo aumento de imposto. E o que está em risco na sucessão de erros que passam por crises do PIX, INSS e IOF, é o plano de reeleição de um ano.
Amanda Klein