Só quatro dos 60 deputados do União Brasil votaram contra, e Kataguiri é um deles. Após a publicação do vídeo, o parlamentar disse que as críticas vieram de apoiadores de Bolsonaro. “Fiz campanha fazendo oposição a Lula e a Bolsonaro. Minha base sabe do meu posicionamento e me elegeu. Os ataques partem de bolsonaristas, que não votaram em mim”, disse. O deputado, que foi líder do MBL (Movimento Brasil Livre) e apoiou Bolsonaro, hoje se diz oposição ao bolsonarismo.
Já em relação aos colegas parlamentares, ele nega ter sofrido críticas. “Não houve reação, sempre tive liberdade para votar e para discursar contra o posicionamento do partido”, diz. Além dele, votaram contra a suspensão do processo os colegas de partido Damião Feliciano (PB), Daniela do Waguinho (RJ) e Meire Serafim (AC).
Para o deputado, o golpe de Estado só não aconteceu porque o comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro. O parlamentar cita que Ramagem responde por utilizar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) “para contribuir para essa tentativa de golpe de Estado” e por usar a estrutura que tinha para perseguir adversários políticos.
Tratamento a Ramagem deve ser o mesmo defendido a envolvidos no 8 de Janeiro, diz deputado. “O mesmo tratamento que defendo pra ele é o que defendi na questão da anistia: condenar os participantes do 8 de Janeiro por depredação ao patrimônio e punir por abolição do Estado de Direito e crimes correlatos os mentores intelectuais, como Bolsonaro, Braga Netto e Ramagem”.
Suspensão de processo contra Ramagem no STF
Pedido de suspensão foi apresentado pelo PL. O partido de Bolsonaro argumentou que a lei proíbe investigações contra parlamentares após a diplomação. No entendimento da sigla, Ramagem não poderia estar no inquérito que apura as invasões do 8 de Janeiro porque, a partir de 19 de dezembro de 2022, é beneficiário da imunidade do mandato. O partido ainda argumenta que a Constituição permite ao Congresso interromper inquérito contra um de seus integrantes.