Nesta quarta-feira, a primeira-dama Janja da Silva fez um desagravo público a Marina Silva durante uma agenda no norte de Minas Gerais, após a ministra do Meio Ambiente ser alvo de ataques de senadores em uma comissão no Congresso, na tarde de ontem.
Janja não poupou parlamentares da base do governo Lula que também atacaram Marina. Sem citar nomes, a primeira-dama disse que “é inadmissível que homens que apoiam o presidente Lula façam isso”.
— As mulheres não podem desistir da política. Elas têm que enfrentar o racismo como fez a ministra Marina ontem, brilhantemente. Ela não (se) abaixou. Ela enfrentou um homem e não ficou naquele espaço agressivo. Ela se retirou. Vários homens atacando ela e aqui faço uma ressalva. Inclusive homens da base do governo, que apoiam o presidente Lula. É inadmissível que homens que apoiam o presidente Lula, que é um homem com o maior respeito pelas mulheres, façam isso. Aqui nosso apoio à ministra Marina — disse Janja, que recebeu aplausos da plateia.
Na terça-feira (27), Marina Silva deixou a comissão do Senado depois de sofrer ataques dos parlamentares Omar Aziz (PSD-AM), Plínio Valério (PSD-AM) e Marcos Rogério (PL-RO). Aziz faz parte da base de Lula. As discussões se deram em torno do tema da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus e que há anos busca licença ambiental para ser novamente asfaltada.
A fala da primeira-dama ocorreu durante a agenda que ela cumpre em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas. Acompanhada das ministras da Cultura, Margareth Menezes, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, Janja se encontrou com artesãs da região e destacou a importância de mulheres ocuparem espaços de poder.
— Sabemos da importância de ter mulheres fortes e potentes em lugares de decisão e de poder. Na liderança das associações de artesãs, na Secretaria de Cultura. É necessário estar nesses lugares para poder levar a voz das mulheres. Somos todas importantes — disse a primeira-dama.
O primeiro compromisso da comitiva foi no distrito de Campo Buriti, onde ocorreu a roda de conversa com 150 mulheres que trabalham com cerâmica e tecelagem. O grupo também acompanha a produção artesanal na região e encerra a agenda com uma visita à Igreja de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Turmalina.
Primeira-dama Janja faz desagravo a Marina Silva em agenda em Minas
