A Polícia Civil encontrou marcas de sangue no carro do empresário Adalberto Amarílio dos Santos Junior, de 35 anos, encontrado morto em um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, na manhã de terça-feira (3).
As pistas foram descobertas durante nova perícia realizada na última semana, após a polícia encontrar material biológico no veículo. Na ocasião, também foi apreendida uma peça de roupa, que a família de Adalberto negou pertencer ao empresário.
Segundo o Instituto de Criminalística paulista, em quatro pontos do veículo havia uma quantidade considerável de sangue: ao lado da porta, no assoalho traseiro, atrás do banco do passageiro e também no banco de trás.
Testes realizados pela perícia no local apontaram que o sangue é humano, mas ainda serão necessárias análises mais aprofundadas para saber se o sangue era de Adalberto.


Além disso, o IML (Instituto Médico Legal) aguarda o resultado de exames no corpo do empresário que podem indicar sinais de luta corporal. Segundo o laudo preliminar da perícia, ele pode ter morrido de compressão torácica e asfixia.
O caso do empresário morto em Interlagos
Adalberto estava desaparecido desde a noite do dia 30 de maio, após participar de um evento de motocross no local, e foi encontrado apenas na manhã da última terça-feira (3), em uma área de obras nos fundos do autódromo.
A principal suspeita é de que ele tenha sido colocado no buraco desacordado, mas com vida. No local, que tinha três metros de profundidade e 45 centímetros de diâmetro, ele morreu em decorrência da pressão no tórax.

O corpo foi localizado sem calça e sem sapatos, mas com carteira, celular, aliança e objetos pessoais, e não apresentava sinais visíveis de violência.
Últimos passos do empresário morto em Interlagos
Na sexta-feira (6), um amigo próximo de Adalberto afirmou que os dois consumiram cerca de oito copos de cerveja e fumaram maconha durante o festival de motocicletas que ocorreu no dia 30, antes do empresário desaparecer em Interlagos.
No dia do desaparecimento, os dois se encontraram no festival e realizaram cadastro para testar motocicletas das marcas BMW e Triumph. As atividades na pista começaram às 14h30 e terminaram por volta das 17h.

Depois, tomaram café, circularam entre os estandes e, a convite do empresário morto em Interlagos, começaram a beber cerveja — tudo ainda dentro do evento.
Às 17h15, assistiram a uma prova de motocross. Mais tarde, às 19h45, viram o show do cantor Matuê, momento em que Junior comprou e fumou maconha. O show terminou às 21h, e quinze minutos depois, ele se despediu do amigo.
Ele disse que precisava ir para casa jantar com a esposa, a farmacêutica Fernanda Dândalo, de 34 anos. Desde então, não foi mais foi visto com vida.

O amigo de Adalberto relatou que, embora o empresário estivesse agitado, não presenciou nenhum tipo de confusão, discussão ou atitude suspeita.
Após a despedida, a testemunha ficou no local, comeu um hambúrguer e saiu às 22h30. À meia-noite, recebeu mensagem da esposa de Junior, preocupada com seu desaparecimento. Ele então se prontificou a ajudar nas buscas.
Segundo o depoimento à Polícia Civil, no domingo (1º), a moto da testemunha — uma Triumph Scrambler 1200 — foi roubada por quatro homens armados. O crime foi, inclusive, registrado na Delegacia Eletrônica.