O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reuniu aliados na tarde deste domingo (8) para uma pré-reunião de alinhamento antes do encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A conversa começou por volta das 16h e ocorreu na residência oficial da Câmara, onde também será realizada a reunião principal com o ministro, agendada para as 18h.
Segundo apuração da CNN, participaram da prévia ao menos quatro deputados: Luizinho, Pedro Lucas, Antonio Brito e Isnaldo Bulhões.
Enquanto isso, Haddad também se reuniu com sua equipe no Ministério da Fazenda, às 16h30, para discutir os ajustes finais nas propostas que serão apresentadas aos parlamentares, além da estratégia para convencê-los a apoiar um pacote alternativo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Mesmo com o esforço, líderes ouvidos pela CNN apontam que pode não haver acordo fechado neste domingo. Desta forma, o governo ganharia tempo para negociar melhor o cardápio de medidas que está sob a mesa, sem risco de pautar o PDL que derrubaria o decreto do governo.
A reunião com os líderes do Congresso foi marcada na semana passada, durante um almoço entre o presidente Lula, Haddad e os presidentes da Câmara e do Senado.
O objetivo é apresentar medidas que possam ser aceitas pelos parlamentares em troca da revogação do decreto que elevou o IOF em determinadas operações.
Ficou acordado que os líderes da Câmara e do Senado estariam em Brasília neste domingo para ouvir a proposta da equipe econômica.
A expectativa é que as sugestões sejam debatidas antes do prazo de dez dias acordado para o governo apresentar alternativas viáveis à medida.
A equipe econômica pretende apresentar aos líderes partidários um conjunto de propostas para compensar a arrecadação prevista com o decreto que aumentou o IOF. A expectativa do governo é obter cerca de R$ 18 bilhões em 2025 com as medidas alternativas, que envolvem principalmente o controle de despesas obrigatórias.
Entre as possibilidades em estão mudanças no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e no BPC (Benefício de Prestação Continuada).
No caso do Fundeb, a complementação da União ao fundo, que tem aumentado gradualmente desde 2021, passará de 21% para 23% em 2026.
Sobre o BPC, a ideia é desvincular o crescimento real do salário mínimo para diminuir o aumento anual das despesas.
O governo também estuda propor o fim de isenções tributárias e, como antecipou Hugo Motta, há espaço político na Câmara para discutir medidas estruturais, como a reforma administrativa.
A reunião deste domingo é considerada decisiva.
“Essa pauta, penso eu, será a que nós vamos tratar amanhã com a equipe econômica do governo. Há um sentimento na Câmara e no Senado que a hora de um debate mais estruturante chegou”, disse Hugo à jornalistas após participar do Fórum Esfera 2025 neste sábado (7).