As ações de frigoríficos apresentam desempenhos mistos na sessão desta segunda-feira (19), em meio ao caso de gripe aviária confirmado no Brasil na última semana. Enquanto os papéis da JBS lideram os ganhos do pregão, os da Marfrig puxam as perdas do Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro. Mas o que justifica essas movimentações tão distintas?
O setor de frigoríficos em geral repercute a confirmação, na última semana, do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), conhecido como gripe aviária), em uma granja comercial no Estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro, a 60 quilômetros de Porto Alegre. Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil.
A confirmação do primeiro caso levou à declaração de estado de emergência por 60 dias no município de Montenegro, na área que abrange 10 quilômetros ao redor do estabelecimento onde foi detectada a ocorrência da infecção.
Ontem, as autoridades sanitárias divulgaram que estão investigando mais dois casos suspeitos de gripe aviária identificados em Aguiarnópolis, em Tocantins, e em Ipumirim, em Santa Catarina.
Por que JBS sobe e Marfrig cai?
Segundo João Abdouni, analista da Levante Inside Corp, as ações da JBS apresentam menor sensibilidade às oscilações locais devido ao seu portfólio globalmente diversificado, o que proporciona uma maior resiliência operacional frente às variações regionais de mercado.
Outro fator que beneficia os papéis da JBS hoje é a reafirmação de recomendação de compra pelo J.P. Morgan, com preç-alvo em R$ 52. “Essa recomendação feita por um grande banco internacional só reforça a confiança dos investidores na tese da empresa”, afirma Abdouni.
Os papéis da Marfrig, por outro lado, passam por um movimento de correção após a expressiva valorização observada na última sexta-feira. “O movimento é considerado técnico e natural, refletindo a realização parcial de lucros por parte do mercado depois do forte desempenho recente”, diz Abdouni.