Considerada cada vez mais certa, uma possível condenação de Jair Bolsonaro no processo da trama golpista pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda divide integrantes do governo Lula.
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Uma parte dos ministros avalia que a detenção do ex-presidente vai gerar um racha na direita, culminando no lançamento de diversos nomes que podem dividir o eleitorado bolsonarista. O cenário é visto por esse segmento como um fato que beneficiaria a reeleição de Lula, que vem amargando índices de baixa popularidade nas pesquisas.
O levantamento da Ipsos-Ipec divulgado na quinta-feira (12) mostra que a reprovação ao governo Lula atingiu o maior patamar já registrado pelo instituto desde o início do atual mandato do presidente. A gestão do petista é “ruim” ou “péssima” para 43% da população, contra 25% que a avaliam como “boa” ou “ótima”, e 29% que a classificam como “regular”.
A pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta quinta-feira também mostrou desidratação de Lula. A taxa dos que classificam a sua gestão federal como “ruim” ou “péssima” oscilou de 38%, em abril, para 40% agora, enquanto o percentual dos que a consideram “boa” ou “ótima” variou na direção oposta, de 29% para 28%. Outros 31% classificam o governo Lula como “regular”.
Outro segmento do governo, porém, acredita que a prisão de Bolsonaro pode catapultar a candidatura do nome que o capitão reformado escolher para sucedê-lo, especialmente se for alguém de fora de sua família.
O maior receio é que a detenção do ex-presidente desperte no eleitor o sentimento de que ele seria vítima do Supremo Tribunal Federal (STF), dada a rejeição que a corte tem em uma parcela da população.
Na Esplanada, o nome considerado mais competitivo contra Lula é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que angaria apoio da Faria Lima e é visto como “mais palatável” que Bolsonaro. Além disso, Tarcísio tem bom transito no próprio STF, inclusive com o ministro Alexandre de Moraes.