A resposta revoltou o deputado Bonelli, que acusou o governo de omissão deliberada. Ele classificou a situação como “absurda e inaceitável” e afirmou que o governo italiano já sabia da chegada de Zambelli ao país antes mesmo da publicação do alerta da Interpol.
“Esta resposta do governo é absurda e inaceitável. A vice-ministro do Interior afirmou no Parlamento que a polícia italiana não sabe onde está Zambelli. O governo italiano sabia que Zambelli estava chegando a Roma não apenas porque estava escrito em todos os jornais, mas porque eu havia informado o governo 36 horas antes de sua chegada à Itália”, disse Bonelli ao UOL após o intervento no parlamento .
Segundo o deputado, o governo permitiu sua fuga porque não a monitorou. “O governo italiano é responsável pelo ocorrido. Eles deixaram uma pessoa procurada escapar e agora dizem que não sabem onde ela está. É uma vergonha para o país. Mas outra notícia grave é que os filhos de Bolsonaro, Flávio, Eduardo e Carlos, obtiveram a cidadania italiana”, disse.
Bonelli, durante a réplica no parlamento, foi além e acusou o governo de Giorgia Meloni de acobertar Zambelli por razões ideológicas e diplomáticas. Segundo ele, é evidente o vínculo político entre a Lega, partido da base governista italiana, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, do qual Zambelli é uma das principais aliadas.
“A Itália não pode se tornar o paraíso dos golpistas e criminosos internacionais. O mundo sabe, o governo brasileiro sabe, que o governo italiano permitiu a entrada de Zambelli sem qualquer monitoramento. E agora fingem que não sabem onde ela está? É inaceitável”, declarou.
Bonelli também destacou a disparidade no tratamento dado a jovens imigrantes de segunda geração na Itália. “Colocam vigilância até em meninos filhos de imigrantes. E quando chega uma procurada internacional, dizem que não sabem onde está? Isso é escandaloso”, afirmou.