A parlamentar e ex-aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ontem que viajou para os Estados Unidos, mesmo condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos de prisão por mandar invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinou a prisão preventiva de Zambelli. O magistrado solicitou a inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol.
Zambelli e Bolsonaro já haviam rompido os laços políticos. O ex-presidente tem colocado na sua conta a culpa pela derrota para Lula nas eleições de 2022, depois que foi flagrada perseguindo um militante do PT com uma arma em mãos.
[Ela] foi uma aliada de primeira de Jair Bolsonaro, que está se colando na história da narrativa criada pelo Eduardo Bolsonaro. [A fuga de Zambelli] não tinha como ser pior o timing para a família Bolsonaro e para o Jair Bolsonaro, em especial, porque ele vai prestar depoimento e chega ali já com mais esse peso.
Essa associação [que Zambelli tem feito sobre o caso do] Eduardo —os dois deixaram o Brasil e foram para os Estados Unidos— foi colocada por escrito na decisão de Alexandre de Moraes.
Então, não tinha como ser pior toda essa mistura para Jair Bolsonaro. Ainda mais se tratando de um filho dele, já que Jair é muito emotivo. A recomendação que ele recebeu de aliados nos últimos dias foi ‘vá com cabeça calma, cabeça fria, fique tranquilo, responda o que for necessário e bola pra frente’. Letícia Casado, colunista do UOL