Natural de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a jovem Kamila Cardoso, de 21 anos, tem ganhado os holofotes por um motivo bem diferente daquele que a levou aos palcos de concursos de beleza anos atrás. Hoje conhecida como irmã Eva, três anos depois de se tornar freira, a mineira viralizou nas redes sociais após ser filmada vendendo artigos religiosos em um bar, em Goiânia (GO), vestida com hábito religioso e mantilha sobre os cabelos.
Antes de abraçar a vida missionária, Kamila era modelo e chegou a conquistar o título de Miss Continente Teen Sol Nascente. No entanto, em um momento decisivo, abandonou a carreira para seguir uma vocação espiritual. “Eu tinha o título de Miss Continente Teen Sol Nascente. Daí, um dia antes da final do concurso, a gente ia concorrer a faixa para o nacional, mas eu desisti para ter uma vida dedicada à igreja e a missão”, disse a freira em entrevista ao G1.
Desde os 18 anos, a jovem integra a Congregação Sancta Dei Genitrix, que não pertence à Igreja Católica Apostólica Romana. A comunidade religiosa é liderada pelo padre ortodoxo José Ribamar R. Dias, conhecido por sua forte presença nas redes sociais, onde acumula cerca de 300 mil seguidores.
O vídeo que levou irmã Eva à fama mostra a freira abordando frequentadores de um bar, oferecendo terços e outros artigos religiosos. “Ali, entre pessoas comuns, muitas vezes feridas, é onde Cristo mais deseja estar. Além de espalharmos a caridade, arrecadamos fundos para a nossa comunidade”, explicou.
Apesar do sucesso inesperado, a mineira diz que não busca reconhecimento pessoal. “Como já fui modelo, sei que a aparência chama atenção. Mas quero que nosso projeto ganhe fama, e não só para mim. É sobre tocar os corações”, afirmou.
A atuação da irmã Eva vai muito além da evangelização tradicional. Com outras freiras da congregação, ela percorre ruas, feiras, hospitais, penitenciárias e até bares em estados como Goiás, Distrito Federal e Entorno. O grupo desenvolve mais de 18 projetos sociais, que incluem reforço escolar para crianças, doação de alimentos e roupas, oficinas para mães, atendimento psicológico e odontológico, além de visitas a pessoas em situação de vulnerabilidade.
A congregação vê o alcance do vídeo como uma oportunidade de evangelizar por meio das redes sociais. “Achamos interessante o vídeo viralizar porque é uma forma de tocar as pessoas. Muitos corações foram alcançados. Mais do que uma venda, é caridade, é amor”, afirmou a religiosa.
MD