A gripe aviária, que surgiu em uma granja em Montenegro, no Rio Grande do Sul, fez com que União Europeia, China e diversos países suspendessem a compra de frango produzido no Brasil. Consequentemente, no mercado interno, pode até ocorrer uma redução temporária de preços de carne de frango e de ovos.
Essa probabilidade será tão mais forte quanto mais tempo durar a suspensão de negócios pelos países importadores. Já estão em curso medidas zoossanitárias para evitar que outras granjas sejam afetadas. De qualquer forma, é uma péssima notícia para o Brasil.
A transmissão da gripe aviária para humanos, só ocorre em contato direto com animais contaminados. Comer frango ou ovos não representa risco para as pessoas, mesmo que venham, hipoteticamente, de granjas afetadas pela gripe aviária. E isso também não deve ocorrer, pois imediatamente os avicultores sacrificaram frangos e destruíram ovos, medida padrão em casos assim.
Para aumentar a segurança, não devem ser consumidos ovos com gema crua ou mole. O vírus não resiste a altas temperaturas.
O ideal, tanto para consumo interno quanto para exportações, é que os focos de gripe aviária (na granja já citada e no Zoológico de Sapucaia do Sul, também no Rio Grande do Sul) sejam combatidos com sucesso. Há suspeita, também, de focos em Sabará (MG), Salitre (CE) e em Aguiarnópolis (TO).
Temos de acompanhar as investigações e as medidas adotadas para solucionar este problema (isolamento dos focos, eliminação de aves contaminadas, destruição de ovos e desinfecção da granja), mas sem pânico, porque, enfatizo, o consumo de carne de frango e de ovos cozidos ou fritos não ameaça a saúde de seres humanos.
A degradação ambiental e a mudança de padrão migratório das aves, que transportem o vírus, podem provocar os surtos de gripe aviária. Como em todas as atividades humanas, destruir a natureza custo muito caro, não somente em dinheiro, mas em termos de doenças e outras consequências muito negativas.