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Folha também ataca Lula por celebrar a derrota de Hitler na Segunda Guerra

247 – A Folha de S.Paulo se somou neste sábado (10) ao coro de ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua participação, em Moscou, na cerimônia oficial do 9 de Maio — data em que a Rússia e várias ex-repúblicas soviéticas celebram a vitória sobre o regime nazista na Segunda Guerra Mundial. Em editorial, o jornal acusou Lula de fazer um “beija-mão” ao presidente russo, Vladimir Putin, e tratou com desdém o gesto diplomático que marca não apenas uma deferência histórica, mas também o respeito do Brasil aos mais de 27 milhões de soviéticos mortos no conflito contra o nazismo.

A posição da Folha segue a mesma linha adotada pelo O Estado de S. Paulo, que classificou a visita de Lula como “o dia da infâmia”. Ambos os jornais, tradicionalmente críticos do presidente, optaram por ignorar o significado histórico e universal da data para insinuar, sem base, uma suposta adesão do Brasil ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

A presença de Lula na solenidade é compatível com a tradição diplomática brasileira de respeito à memória da Segunda Guerra e de compromisso com a paz. O Brasil foi aliado dos soviéticos e dos países ocidentais na luta contra Hitler. A Força Expedicionária Brasileira lutou na Itália como parte das forças aliadas, e a vitória de 1945 é uma conquista que pertence à humanidade — e não a um governo isolado. Reescrever essa história ou torná-la refém de disputas geopolíticas atuais é um desserviço à memória coletiva.

Acusar Lula de se alinhar a regimes autoritários por ter participado de um evento que celebra a derrota do nazismo é não apenas desonesto, mas também perigoso. Equivale a dizer que qualquer homenagem aos soldados soviéticos mortos no front — que representaram o maior número de baixas entre os Aliados — é automaticamente um endosso à política atual do Kremlin. Essa lógica distorcida apaga o papel fundamental da União Soviética no fim do regime de Hitler e desinforma o leitor ao reduzir um marco civilizatório a uma disputa ideológica rasa.

Lula, aliás, não tem poupado críticas à guerra e tem reiterado a necessidade de uma solução negociada para o conflito no Leste Europeu. Sua tentativa de atuar como mediador não é nova e já foi, inclusive, elogiada por líderes globais. Reforçar laços com todos os membros dos BRICS — grupo que inclui China, Rússia, Índia e África do Sul — faz parte da estratégia do governo de inserir o Brasil como ator relevante no cenário internacional, sem se alinhar automaticamente a blocos militares ou potências hegemônicas.

A Folha, no entanto, preferiu tratar esse movimento com ironia e desconfiança. No editorial, o jornal afirma que Lula “posou para a propaganda do regime russo” e “participou de convescote com autocratas”, minimizando a solenidade que presta homenagem a milhões de vítimas do nazismo — entre elas, judeus, comunistas, ciganos, pessoas com deficiência e opositores políticos.

É sintomático que, ao criticar a Rússia por “instrumentalizar a tragédia do Holocausto”, o jornal acabe por instrumentalizar a mesma tragédia para atacar Lula. Se há algo que merece ser lembrado com respeito e seriedade, é justamente o sacrifício humano que permitiu a derrota do nazismo. A presença do presidente brasileiro em Moscou foi um gesto de reconhecimento a essa luta, que uniu nações com regimes distintos em nome de um valor universal: a liberdade.

Editorialistas podem divergir da política externa do governo, mas não podem ignorar a história. O combate ao nazismo não é monopólio de nenhum regime nem deveria ser usado como munição para ataques políticos internos. Lula esteve em Moscou como chefe de Estado de um país soberano, que honra sua própria história de luta contra o fascismo. Atacá-lo por isso revela muito mais sobre os interesses de quem critica do que sobre os gestos de quem é criticado.

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