A esposa do MC Poze do Rodo, preso por suspeita de apologia ao crime, Viviane Noronha coleciona mais de 2,6 milhões de seguidores no Instagram e, agora, investigações. Desta vez, a Polícia Civil do Rio suspeita que Vivi atue na lavagem de mais de R$ 250 milhões, proveniente do tráfico ligado ao Comando Vermelho (CV), segundo apuração da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O inquérito, desmembrado da operação que prendeu Poze, seu companheiro, mira o papel de Viviane e sua empresa, que figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção.
Viviane Nogueira, de 22 anos, não é apenas conhecida como a “bebezinha” de MC Poze do Rodo, título afetivo que lhe rendeu visibilidade entre fãs do funkeiro. Ela é influenciadora digital e fundadora da marca de cosméticos capilares My Moment, e vem se consolidando como personagem central em meio à crescente judicialização da imagem e da fortuna do marido.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil do Rio realiza uma operação para desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho (CV), responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões, e cita, mais uma vez, a esposa do MC.
Segundo a corporação, os valores são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso restrito. A ação inclui ainda ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias. O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades.
Entre os investigados estão a influencer Viviane Noronha, esposa de Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, o MC Poze do Rodo, e um homem com histórico identificado como relevante no sistema financeiro informal ligado à facção e procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para a Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.
A polícia explica que Viviane Noronha e sua empresa, a qual ainda não foi revelada, figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos do CV, recebidos por meio de laranjas para ocultar a origem ilícita do dinheiro. As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram direcionados para contas bancárias ligadas à influenciadora, que, ainda conforme a Polícia Civil, passou a ser um dos focos centrais do inquérito.
Enquanto isso, a defesa da influenciadora afirma não haver envolvimento de Viviane com quaisquer atividades criminosas.
— Não há nenhum envolvimento de Viviane com quaisquer atividades criminosas. Tomaremos conhecimento dos autos e ao fim da investigação é certo que qualquer ilação contra a mesma será devidamente arquivada — explicou Fernando Henrique, advogado de Viviane Noronha.
Investigada por calúnia e rifas ilegais
Na última semana, após publicar vídeos acusando a Polícia Civil do Rio de “sumir” com joias de Poze durante a operação que prendeu o cantor por apologia ao crime, envolvimento com o tráfico, passou a ser investigada por calúnia pela Polícia Civil do Rio.
No vídeo, gravado após a ação que levou Poze para Bangu 3, Viviane relata que foi acordada com lanterna na cara enquanto dormia com a filha, impedida de trocar de roupa e de pegar a criança no colo.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/m/f/gH7RJGQYSANe9Ka0S81g/viviane-noronha.png)
Viviane não nega — e, de certa forma, exibe — o estilo de vida luxuoso do casal: viagens internacionais, carros importados, roupas de grife e joias milionárias são presença constante em seus stories. A ostentação, inclusive, já colocou Vivi no radar da polícia antes.
Em 2023, foi alvo da Operação Rifa Limpa, que investigava sorteios ilegais promovidos por influenciadores. Na época, teve a casa vasculhada e carros de luxo, joias e eletrônicos apreendidos. O inquérito indicou que os sorteios, supostamente baseados na Loteria Federal, eram manipulados por um aplicativo fraudado. Embora não tenha sido presa, Vivi tornou-se oficialmente investigada.