O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União-PB), tem um recado claro para o governo Lula: não aceitará na peça orçamentária de 2026, que tramitará este ano no colegiado, qualquer ofensiva para aumentar gastos com o que chama de “projetos eleitoreiros”. O parlamentar está desconfiado de que a gestão petista queira turbinar programas como Vale Gás e Pé-de-Meia para o ano que vem, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve disputar a reeleição.
Integrante da base aliada do governo e braço direito do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ele vê com preocupação a insistência do Ministério da Fazenda em medidas que aumentam impostos. Nesta semana, o ministro Fernando Haddad anunciou que a compensação ao recuo na alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incluirá taxação maior sobre bets e tributação de títulos de renda fixa hoje isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
“Com todo esse esforço arrecadatório do governo, a CMO estará muito atenta para que não sirva como meio para aumentar gastos com projetos eleitoreiros em 2026. A exemplo do Vale Gás e do Pé-de-Meia. Essa estratégia não encontrará respaldo”, declarou Efraim à Coluna do Estadão.
O PT indicou o deputado Carlos Zarattini (SP) para a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece as diretrizes para a Lei Orçamentária Anual (LOA). A escolha do nome foi fruto de um acordo para a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, mas o Centrão pressiona para ficar com o posto e ter controle maior dos rumos do Orçamento.

Efraim Filho (União-PB), senador Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado