O ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, candidato à presidência do PT, cedeu e aceitou que a atual tesoureira do partido, Gleide Andrade, continue no cargo. Aliada da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ela ainda terá de passar por votação interna. Segundo apurou a Coluna do Estadão com dirigentes petistas, o acordo permitiu a unificação das candidaturas da Construindo Um Novo Brasil (CNB), corrente majoritária da sigla.
Procurado, Edinho negou qualquer acordo envolvendo nomes para cargos da Executiva do partido. “Jamais falamos em nomes e cargos, isso será definido no processo de eleição do partido. A unidade que estamos construindo está ancorada na política, em propostas de ação política do PT diante dos desafios”, afirmou.
Favorito para o comando do PT e nome apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Edinho registrará sua candidatura nesta segunda-feira, 19, último dia para inscrição das chapas que concorrerão no Processo de Eleições Diretas (PED). Após o ex-prefeito aceitar que Gleide continue com o “cofre” do partido, o prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, desistiu de concorrer.
“Partiremos com unidade. Divergências e problemas ficaram pra trás”, disse Quaquá à Coluna do Estadão. Só vamos escolher os cargos depois do PED, de acordo com os votos apurados. Mas não há dúvida de que Gleide foi excelente tesoureira e tem tudo pra continuar”, emendou.
O final de semana foi de intensas negociações no PT. Nos bastidores, a candidatura de Quaquá já era vista como uma forma de pressionar Edinho a abrir mão da resistência à continuidade de Gleide na Tesouraria, que é responsável pela distribuição dos fundos eleitoral e partidário.
Sem Quaquá no páreo, Edinho ainda enfrentará outros três candidatos: Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, Rui Falcão, da Novo Rumo, e Romênio Pereira, do Movimento PT.

Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e candidato à presidência do PT Foto: Gabriela Bilo / Estadao