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Desmatamento na Amazônia cresce 92% em maio com impacto de fatores inéditos; entenda

Como se formam os incêndios na Amazônia e no Pantanal? Videográfico mostra origem do fogo

Queimadas estão mais frequentes e mais devastadoras por causa das mudanças climáticas.

O desmatamento na Amazônia teve alta de 92% em maio de 2025, em relação ao mesmo mês no ano passado, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 6. De acordo com o governo, a devastação tem agora um novo perfil, consequência dos incêndios e do colapso de florestas.

No acumulado de agosto a maio, o bioma registrou aumento de 9% no desmatamento, em comparação ao período de agosto de 2023 a maio de 2024. É a partir de maio que as nuvens se dissipam na Amazônia e os satélites conseguem “enxergar” melhor o cenário consolidado das áreas desmatadas.

Já os dados de desmatamento no Cerrado e Pantanal foram positivos:

  • queda de 15% no desmatamento no Cerrado em maio, em relação ao mesmo mês em 2024, e de 22% de agosto de 2024 a maio de 2025, considerando o período anterior
  • queda de 65% no desmate do Pantanal em maio, e de 74% no acumulado desde agosto.

O desmatamento na Amazônia teve alta de 92% em maio de 2025, em relação ao mesmo mês no ano passado. Foto: Tiago Queiroz/Estadão – 31/08/2023

O governo federal promete zerar o desmatamento em todos os biomas até 2030, meta que integra o compromisso de redução de emissões do País, sede da COP-30 neste ano.

Os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia divulgaram hoje os dados coletados pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

As informações do sistema de monitoramento, que funciona por meio de alertas diários, dão uma pista sobre dos dados consolidados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que registra taxas anuais de desmate.

Impacto dos incêndios

Conforme os dados do Inpe, o peso dos incêndios florestais sobre os número de desmatamento, quase insignificante no passado, tem aumentado – as queimadas foram responsáveis por 51% da área desmatada em maio.

Assim, boa parte dos 960 km2 de floresta perdidos em maio não foi causado pelo “corte raso” de vegetação nativa no último mês, e sim pelo colapso de áreas que pegaram fogo no segundo semestre do ano passado.

Segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, trata-se de uma “realidade nova” para o combate ao desmatamento, com maior impacto do fogo sobre a floresta devido às mudanças climáticas e a ação antrópica.

O desmatamento na Amazônia vinha em trajetória de queda até recentemente, com uma diminuição de 45,7% na devastação registrada de agosto de 2023 a julho de 2024.

Áreas de floresta em colapso

O Deter separa o desmatamento em três tipos.

  • mineração: garimpo remove a cobertura florestal principalmente ao longo de rios;
  • desmatamento com solo exposto: se dá por corte raso, remoção direta da floresta;
  • desmatamento com vegetação: cicatrizes de fogo que danificam a floresta, que ainda pode se regenerar se não for atingida por novos incêndios.

De agosto do ano passado até agora, os focos de incêndio passaram a atingir mais áreas de vegetação nativa, que antes eram menos suscetíveis ao fogo.

Esse “novo tipo” de desmatamento que tem se tornado mais expressivo pode ser lento e acontece com a degradação progressiva da floresta até deixar de ser floresta, quando ela perde a biodiversidade e as funções ecológicas que cumpre para o ciclo da água e a estocagem de carbono.

Autoridades do Ministério do Meio Ambiente também tem demonstrado preocupação com os impactos da nova lei geral de licenciamento, atualmente em tramitação no Congresso, principalmente por viabilizar o licenciamento por autodeclaração, dispensar a análise de impactos indiretos e definir fiscalização por amostragem.

“No formato (da lei) aprovado pelo Senado, ela vai, acelerar e viabilizar empreendimentos sem nenhum cuidado com aos impactos na dinâmica de desmatamento e incêndios florestais”, disse ao Estadão o secretário extraordinário de controle do desmatamento e ordenamento ambiental territorial do MMA, André Lima.

Como fica o combate ao desmatamento

Na avaliação do governo, o cenário exige um ajuste nas ações de enfrentamento ao desmatamento implementadas até agora.

O Ibama, que historicamente teve maior foco na fiscalização e controle do desmatamento, tem aumentado sua estrutura para lidar com a prevenção e combate aos incêndios – o órgão recebeu no último dia 2 um aporte de R$825 milhões do Fundo Amazônia para fortalecer suas ações.

Um dos destaques recentes foram os embargos remotos por dematamento ilegal feitos pelo Ibama em cinco mil propriedades na Amazônia, totalizando mais de 500 mil hectares embargados desde agosto do ano passado.

O controle dos incêndios também depende de ações de coordenação junto aos estados e municípios – como determina a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, instituída em 2024 – que o governo federal afirma vir implementando neste ano.

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